Um protesto ou o amor que nos faltou

UM PROTESTO OU O AMOR QUE NOS FALTOU

[embuscada]

Quando o corpo sente medo, foge, ataca ou neutraliza. Um dia, resistindo à instigação do medo, descobre que o único instinto que lhe resta é a transgressão. À vossa frente, seis corpos reagem à perpetuação da invisibilidade do que é individual. Atiram-se vozes contra as espirais de silêncio que denunciam um tempo feito para termos medos abstratos, absurdos e pouco palpáveis. A fragilidade é o nosso fracasso e é também o nosso lugar de esperança. Uma crença que os precipita à terra, onde procuram os Manifestos, pessoais, transmissíveis, postos em bandeiras e erguidos perante a paisagem estranha. Esta é uma proposta de Manifestos. Uma proposta que promove um encontro de abordagens teatrais, misturando uma linguagem clássica com uma linguagem performática, cruzando o tradicional e o moderno, o performativo e o autómato. Os Manifestos procuram ser um espaço de purga e de profundo questionamento humano, abordando as coisas que não se dizem e explorando, expondo-as, as coisas que não se fazem com os outros a ver. Não há uma história. Há uma viagem. Uma alucinação de que fazem parte os atores e o público. O que se pretende? Nada. Cada um levará o que conseguir decifrar, o que em si próprio fizer sentido. Trata-se de uma investigação sociológica a que sete atores emprestam as suas memórias, os seus segredos mais íntimos, as suas fragilidades e dão vida às angústias, afinal tão comuns a tantos outros. Um caos de imagens visuais, corpos animais e textos amontoados com o propósito de reflexão sobre a realidade humana. A única forma de nos ajudarmos como sociedade, como indivíduos, é denunciando-nos. Assim, assumimo-nos como instrumento combativo, num esforço coletivo que procura um exercício de introspeção e recolhimento. Alimentamo-nos da estupidez humana, do capitalismo, do medo absurdo e irracional, da falta de humanidade e generosidade. Encontramo-las nos outros e, procurando bem, em nós próprios. Esse desencanto é também o início de uma certa esperança. No espaço, surgem vários universos individuais que se cruzam e se empilham, relacionando-se de forma tanto consonante como dissonante. Os corpos destes universos movem-se para descobrir de que temos medo e do que estamos, afinal, à espera. Procuram equilíbrios entre as dúvidas que nos aceleram o batimento cardíaco e a passividade de compromisso de resposta que nos adormece a ação. No espaço, alguém está à espera. Imperturbável. Enquanto o mundo se aproxima e se afasta. Uma mulher pede desculpa ininterruptamente. Sem motivo e com todo o peso do mundo às costas. Alguém que não se consegue ver, olha-se ao espelho. Alguém tenta esconder tudo o que sente tão profundamente. Alguém bebe até não saber mais o porquê. Alguém está enterrado nas suas memórias e não se consegue libertar sem que isso a mate. Alguém não consegue dizer adeus. 

Criação Coletiva [embuscada]
Direção Criativa SÍLVIA MOURA
Encenação e Espaço Cénico SÍLVIA MOURA
Assistência à Encenação CARLOS COLAÇO
Interpretação BRUNO ÁGUAS, CAROLINA GARÇÃO, CATARINA RAMOS, PEDRO MONTEIRO, TIAGO DE ALMEIDA e TIAGO DUARTE
Música MIRAMAR – FRANKIE CHAVEZ E PEIXE
Figurinos [embuscada]
Direção Técnica JOÃO PITARMA
Operação Técnica JOÃO PITARMA E TIAGO SANTOS
Fotografia JOÃO PITARMA
Direção de Produção BRUNO ÁGUAS
Direção de Comunicação CATARINA RAMOS


A [embuscada]  foi fundada a 8 de março de 2019 por cinco antigos colegas na In Impetus – Escola de Atores: Bruno Águas, Carolina Garção, Denise Santos, Pedro Monteiro e Tiago Duarte. Nesse mesmo dia e no seguinte, a [embuscada] apresentou o seu primeiro projeto, “Fruta Artificial”, no âmbito do “Teatro ao Minuto”, festival de espetáculos de curta duração da Evoé – Escola de Atores. No mês seguinte, nos dias 27 e 28, estreou “Respostas de Malmequeres”, o segundo projeto, no âmbito da 1º edição do “Teatro Expresso”, festival de peças curtas da In Impetus. Na 2ª edição desse mesmo festival, foram estreados mais dois projetos, “Foi Deus” e “Rosa cor-de-lixo”, nos dias 28 e 29 de Setembro. A [embuscada] esteve presente no Sarau Cultural, organizado pela FAL, com o espetáculo “Rosa cor-de-lixo” a ser apresentado no Auditório Orlando Ribeiro, no dia 21 de novembro. No âmbito do festival “Fair Saturday”, foram apresentados dois espetáculos na Companhia Olga Roriz, “Respostas de Malmequeres” e “Rosa cor-de-lixo”, no dia 30 de novembro. No total, em pouco mais de um ano, a [embuscada] esteve presente em cinco festivais, com quatro espetáculos. O projeto “Um protesto ou o amor que nos faltou” é a sua maior aposta até ao momento.

Sílvia Moura é natural de Lisboa, 1986. Completou o curso de Formação de Atores na InImpetus – Escola de Actores e fez parte do grupo de teatro de Ávila Costa e Ângela Baptista. Em teatro, integrou o elenco dos espetáculos “Afinidades” e “Preciosas Ridículas” da INIMPETUS Companhia de Teatro e de “Rosa cor-de-lixo”, da [embuscada]. Encenou, com Mário Trigo, os espetáculos “Vozes Harold Pinter” e “(des)amor Monólogos”. Foi assistente de encenação do espetáculo “De Nascente a Poente”, encenado por Tiago Mateus, em 2020. É fundadora da [embuscada].

Carlos Colaço é natural de Lisboa, 1984. Completou, em 2012, o Curso de Iniciação às Técnicas do Ator da ACT – Escola de Atores e, entre 2013 e 2016, o Curso de Formação de Atores da InImpetus – Escola de Atores. Em teatro, fez parte do elenco de “I.B.S.E.N.” de Miguel Castro Caldas, com encenação de Cristina Carvalhal. Em cinema, integrou “Arte em Meio Rural” com direção de Miguel Velez na MoitaMostra. Desde 2018, é formador do Curso de Iniciação ao Teatro e da disciplina “Cenas e Monólogos” do Curso de Jovens Atores na InImpetus – Escola de Atores.

Bruno Águas é natural de Portimão, 1991. Licenciado em Ortóptica. Fundador e ator no grupo de Teatro AEESTeSL. Integrou o projeto “Blue-Improv PT BlueStation” e também os grupos “FamiliArte” e “Per-Versus – Grupo de Teatro”. Concluiu em 2019 o Curso de Formação de Atores na InImpetus – Escola de Atores. Profissionalmente, trabalhou como ator nas companhias de teatro “Arte D’Encantar” e “Contrapalco”, no espetáculo “Fruta Artificial” da [embuscada], como encenador nos espetáculos “Rosa cor-de-lixo”, “Respostas de Malmequeres” e “Foi Deus” da [embuscada], e em produção no “Alice e o País das Maravilhas no Gelo” e “O Feiticeito de OZ no Gelo” da AM Live. É fundador da [embuscada].

Carolina Garção é natural de Lisboa, 1995. Licenciada em Gestão. Fez workshops no Teatro A Barraca, Teatro Bocage, e na EDSAE – Escola de Musicais. Em 2014, ingressa no curso intensivo de representação na Rose Bruford College, em Londres. Em 2019 conclui o Curso de Formação de Atores na InImpetus – Escola de Atores. Integrou o elenco de “Preciosas Ridículas” da InImpetus Companhia de Teatro, no Teatro da Comuna, de “Hipérion”, encenado por Mário Trigo, no Teatro da Malaposta, e de “Foi Deus”, da [embuscada]. É fundadora da [embuscada].

Catarina Ramos é natural de Loures, 1992. Licenciada em Animação Sociocultural. Completou o curso de teatro, classes juvenis na Casa do Artista, em 2008. Terminou em 2016, o Curso de Formação de Atores na InImpetus – Escola de Atores. Profissionalmente, integrou o elenco das companhias de teatro, “O Sonho”, “EDUCA” e “Byfurcação”. Integrou o elenco de “Respostas de Malmequeres”, da [embuscada] e, atualmente, faz parte do elenco do TIL – Teatro Infantil de Lisboa. É fundadora da [embuscada].

Denise Santos é natural de Lisboa, 1987. Iniciou em 2015 a formação em teatro no curso de formação de atores da InImpetus – Escola de Atores, que terminou em 2019. Frequentou, também, um workshop de cinema com Vítor Brennand. Integrou o elenco de “Foi Deus”, da [embuscada]. É fundadora da [embuscada].

Pedro Monteiro é natural de Coimbra, 1995. Licenciado em Ciências da Comunicação. Completou, em 2019, o Curso de Formação de Atores na InImpetus Escola de Atores. Em teatro, integrou o elenco dos espetáculos, “Preciosas Ridículas” da INIMPETUS Companhia de Teatro, “Boudoir – 7 Diálogos Libertinos” da Nova Companhia, “Yo escribo. Vos dibujás.” de Federico León e “Sem Flores Nem Coroas” da Escola de Mulheres. Em televisão, fez parte do elenco adicional de “Prisioneira”, “Na Corda Bamba” (TVI/Plural Entertainment), “Nazaré” e “Terra Brava” (SIC/SP Televisão). Fez parte do elenco da websérie “On C@ll” para a RTP Play. É fundador da [embuscada].

Tiago de Almeida é natural de Lisboa, 1986. Frequentou o Grupo de Teatro da Nova, na UNL-FCSH. Licenciou-se em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Frequentou o curso de teatro do Teatro da Comuna, orientado por João Mota. Enquanto ator participou nos espetáculos, “Ch-Ch-Ch-Changes”, encenado por Pedro Penim, no TNDMII, “Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos”, encenado por Carlos Avilez, “Baú da Descoberta” encenado por Linda Valadas e “Respostas de Malmequeres”, da [embuscada]. Integra, desde 2015, o elenco do TIL-Teatro Infantil de Lisboa. É fundador da [embuscada].

Tiago Duarte é natural de Odemira, 1991. Licenciado em Arqueologia. Concluiu em 2017 o Curso de Formação de Atores na InImpetus – Escola de Atores. Estreou-se profissionalmente, no TNDMII, num espetáculo de Albano Jerónimo. Integrou o elenco da InImpetus Companhia de Teatro no espetáculo em “Preciosas Ridículas”, das companhias de teatro “O Sonho”, “EDUCA” e “Cultural Kids”, e do espetáculo “Respostas de Malmequeres” da [embuscada]. É fundador da [embuscada].

©Fotografia JOÃO PITARMA

TEATRO

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M/16

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