Q de Quê 2023

Q de Quê?

Teatro Meia Volta e depois à esquerda quando eu disser

“Que mundo é este? Que mundo é este do qual nunca ouviste falar? Será que nunca viste estas coisas? Ou será que estas coisas sempre foram assim e nunca quisemos vê-las? Será que vês pelos teus próprios olhos? Ou será que alguém te ensinou como se deve olhar?”

Q de Quê?” é um espetáculo em forma de pergunta, dirigido a crianças e jovens a partir dos 8 anos, que pretende refletir sobre diversidade, identidade e expressão de género.

A biologia e a ecologia dão o mote para compreender a enorme complexidade e diversidade do mundo natural.

Criação ALFREDO MARTINS E LUÍS GODINHO
Texto ALFREDO MARTINS
Interpretação LUÍS GODINHO
Figurinos AINHOA VIDAL
Cenografia CARLA MARTINEZ
Montagem de Cenografia SAULO SILVA
Desenho de Luz MANUEL ABRANTES
Montagem e Operação de Luz ANA CAROCINHO
Música e Desenho de Som RUI LIMA E SÉRGIO MARTINS
Maquilhagem SARA MARQUES DE OLIVEIRA
Apoio à Pesquisa ANDRÉ TECEDEIRO
Consultoria Científica ANA CORRÊA
Registo Fotográfico JOÃO TUNA
Registo Vídeo AFONSO SOUSA
Design LUÍS CEPA
Parcerias ILGA, REDE EX AEQUO, AMPLOS, CASA QUI, CES-UC
Coprodução TEATRO MEIA VOLTA E DEPOIS À ESQUERDA QUANDO EU DISSER, TEATROMOSCA
Residência de Coprodução O ESPAÇO DO TEMPO
Apoio à Residência CENTRO CULTURAL DA MALAPOSTA / MINUTOS REDONDOS / CÂMARA MUNICIPAL DE ODIVELAS
Apoio GOVERNO DE PORTUGAL MINISTÉRIO DA CULTURA/DIREÇÃO GERAL DAS ARTES, CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, POLO CULTURAL GAIVOTAS-BOAVISTA
Agradecimentos CASA DO CAPITÃO, DANI BENTO

Desde muito cedo, pela forma como se comportam, como agem, como gostam de se vestir, como interagem com as outras pessoas e com o mundo, as crianças desenvolvem uma expressão de género, que não poucas vezes choca com as construções sociais normativas de género. Conhecidos lugares-comuns como “rosa é para meninas e azul para meninos” ou “as meninas brincam com bonecas e os meninos jogam à bola” estrangulam o livre desenvolvimento da identidade das crianças, encurralando-as em construções binárias que não respondem a todo o espectro de identidades de género com que as crianças se podem identificar.

Tal como defende Diane Ehrensaft, psicóloga clínica e autora do livro “Gender Born Gender Made – Raising Gender-Nonconforming Children”: «É preciso dar às crianças “criatividade de género”, ou seja, deixá-las explorar, deixá-las ser criativas nesse sentido, sem medo. A criança vai ser sempre autora da sua identidade de género. Os pais não podem fazer nada».

Quando mais tarde, no seu crescimento, aspetos ligados à afetividade e à sexualidade começam a manifestar-se, novamente as construções sociais heteronormativas interferem na livre expressão da orientação sexual dos jovens.

O crescimento de muitas crianças e jovens LGBTI acontece num quadro de contínuo desajuste em relação às construções sociais, sem acesso a referências e modelos em que possam rever-se.

Q de Quê?” é um espetáculo em forma de pergunta, dirigido a crianças e jovens a partir dos 8 anos, que pretende refletir sobre diversidade, identidade e expressão de género.

A biologia e a ecologia dão o mote para compreender a enorme complexidade e diversidade do mundo natural. Ao longo da pesquisa para este projeto, deparámo-nos com uma abordagem – para nós quase desconhecida – de biólogas e ecologistas como Brigitte Baptiste e Joan Roughgarden que introduzem na sua pesquisa um olhar queer, trazendo para o centro do seu trabalho toda a diversidade que existe na natureza em relação aos afetos, sexualidade, género e expressão de género.

Ao longo da história da ciência, muita informação que contrariava os padrões da cultura hétero/cisnormativa (e que tingiam também a pesquisa científica) foi sonegada. Todes assistimos a imensos programas sobre a vida selvagem e, certamente, teremos dificuldade em recordar alguma informação sobre homossexualidade ou expressão de género entre animais ou plantas.

Através da pesquisa desenvolvida, descobrimos a imensa diversidade que caracteriza a natureza relativamente a estas questões e sentimos que seria uma importante porta de entrada nos temas que queremos tratar. Percebemos que é problemática a comparação entre animais e humanos, mas, como aponta Joan Roughgarden, “às vezes podem ser traçados paralelos entre a forma como as pessoas se comportam e a forma como os animais se comportam, como se os animais oferecessem culturas biológicas semelhantes às nossas”.

Esperamos que esta perspetiva sobre a diversidade da natureza possa ajudar-nos a diluir cristalizações sobre género e sexualidade que ainda hoje carregamos e que põem em causa o crescimento e o desenvolvimento, seguros e felizes, de tantas crianças e jovens LGBTI.

ALFREDO MARTINS é licenciado em Teatro pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do Porto. Frequentou, ainda, o Dartington College of Arts (UK), onde estudou Devised Theatre e Performance. Em 2OO7 participou na 2ª edição do Curso de Encenação de Teatro do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística, ministrado pela companhia Third Angel, sob direção de Alexander Kelly. Em 2OO8/2OO9, realiza um estágio profissional com a companhia Gob Squad, em Berlim. Em 2OO9 foi-lhe atribuída a bolsa do programa Inov-Art, para trabalhar com a companhia Reality Research Center (FIN), com quem desenvolveu o projeto URBANIA. Em 2O1O foi selecionado para a XIX Edição de La Nouvelle École des Maîtres – curso internacional itinerante de aperfeiçoamento teatral, dirigida por Matthew Lenton. É cofundador e artista associado da estrutura teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser, para a qual dirigiu os espetáculos “Projecto_Banheira” (2OO6), “O Nome das Ruas” (2OO6), “Coisas de Armário” (2OO8), “URBANIA” (2O1O), “Nacional-Material, Paisagem com Argonautas” (2O11), “OZZZZZ” (2O13), “Días Hábiles” (2O17) e “Silent Disco” (2O19). Coordena, desde 2O11, o projeto de envolvimento de públicos “O Público vai ao Teatro”. É colaborador frequente da Má-Criação. Dos projetos desenvolvidos neste contexto destaca “2O’” (2OO8), “Projecto 1O1 / Masako Point” (2OO8), “Learning to Swim” (2O1O), “L-O-V-E” (2O15), “Cidades Invisíveis” (2O16) e “Tiranossauro Rex” (2O17). Trabalha regularmente como intérprete e/ou cocriador com outros artistas, dos quais destaca Stefan Kaegi, Benedetto Sicca, Vera Mantero, Catarina Miranda e Alex Cassal.

LUÍS GODINHO é licenciado em Formação de Atores/Encenadores pela Escola Superior de Teatro e Cinema. É associado do teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser desde 2O1O. Desenvolve com regularidade projetos para a infância e juventude. Dirigiu o espetáculo “Quem espera…” e interpretou “Onde é a Guerra?” do projeto Boca Aberta do TNDM II. Entre outros, trabalhou com: Madalena Victorino, Cláudio Hochman, João Ricardo, Miguel Fragata, Inês Barahona e Catarina Requeijo. Destaca os espetáculos no TNDMII: “Contos de Shakespeare” e “É bom Mandar”; “A Verdadeira História do Teatro” no Teatro MM e Teatro Viriato. Criou e interpretou “Contos do Lápis Verde”, no Teatro MM. Coordenou o elenco juvenil da peça Ricardo III, de Tonan Quito no TNDMII. Fez formação na área da Diversidade e Infância com o Centro de Estudos Sociais de Coimbra, com a Ilga, Rede ExAequo e Casa Qui. Integrou os Artistas Unidos. Trabalhou no projeto Teatro das Compras, de 2OO9 a 2O15. Colabora, desde 2O15, com o Museu do Dinheiro, como criador, intérprete e formador, e na criação de conteúdos digitais para o mesmo.

© Fotografia JOÃO TUNA

TEATRO | ESCOLAS

2O23 | NOV 3O a DEZ O3

QUI – 14H3O [SESSÃO ESCOLAR]
SEX e SÁB – 16HOO
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– 11HOO 

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