Os Princípios do Novo Homem

Os Princípios do Novo Homem

O Fim do Teatro, OF.DT

Em 1581, o rei Filipe entra em Lisboa e nela ficará a residir durante cerca de três anos. Nesse mesmo período, muitos foram os projetos dos quais o rei foi mecenas na sua vontade de criar uma nova dinastia e uma nova identidade ibérica. A Cervantes calhou ser o inventor do novo modelo de romance europeu, discernindo sobre a velha nobreza e através da loucura de Dom Quixote, apontando os princípios da nova nobreza ou até os princípios da loucura. Como sobreviver à sensação de nunca sermos grandes o suficiente? A história de um Mestre e de um servo que procuram ser reconhecidos pela Corte com a sua mercê. Realidade ou ficção histórica é o desafio que nos acompanha do início ao fim destes oito princípios do novo homem, número ou lei da crença no infinito.

Texto e Encenação PEDRO SAAVEDRA
Com MIA TOMÉ e MIGUEL PONTE
Design de Cena SURUMAKI
Desenho de Luz PAULO SABINO
Fotografia ANDREIA MAYER
Figurinos CLÁUDIA RIBEIRO
Música CLOTHILDE
Sonoplastia RUI MIGUEL
Operação de Luz SÓNIA RODRIGUES
Operação de Som RUI MIGUEL
Execução de Figurinos ISABEL ERNESTO
Produção Executiva PATRÍCIA ROQUE
Produção O FIM DO TEATRO, OF.DT
Apoios FUNDAÇÃO GDA | FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN | BUZICO! PRODUÇÕES | CÂMARA MUNICIPAL DO FUNDÃO | DIZPLAY SOUND LAB | INSTITUTO CERVANTES DE LISBOA | LAMEIRINHO | FEPSA | MARIA ZIMBRO
Agradecimentos MARIA ALEXANDRE ABREU CRUZ

Nas correntes dramáticas atuais, a pertinência de uma ficção histórica parece ter perdido força. Mesmo na utilização de referências da literatura clássica, estas parecem destinadas a um tempo oblíquo de épocas e a uma sensação de tempo teatral único. Faz então sentido questionar este ciclo estético com uma ficção centrada no século XVI? Sim, exatamente porque estamos a repetir as alterações dramáticas que aconteceram nas mentalidades e no tecido social das cidades europeias. A cidade de então, como hoje, tornou-se multicultural, capitalista e recetora de ideias e conceitos que poucos anos antes teriam chocado os mais puritanos. Não estamos ainda numa sociedade moderna, mas estamos claramente no início da sociedade como a conhecemos hoje; nisso a analogia entre o maneirismo do século XVI e um neo-maneirismo do século XVI é a base perfeita para uma narrativa amo/servo ou mestre/discípulo – e até na confusão de género tão usada na época e tão pertinente atualmente. 

Por isso, trabalhar com dois jovens atores habituados, eles próprios, a esta dinâmica maneirista permite criar o desafio metodológico: como trabalhar personagens, método em desuso aparente, para contar uma narrativa histórica, mas com um formato contemporâneo? Criamos assim, nos espectadores, uma sensação de novo tempo efémero, mas único na sensação de ver duas personagens coerentes com uma ideia corrente do século XVI, suspensas num espaço cénico minimalista e quase futurista do século XXI. Para isso, é preciso uma direção artística que ligue de forma coesa todos os ingredientes: um texto de contexto histórico, dois jovens atores, figurinos coerentes com a época, cenografia despojada e baseada no conflito luz/treva e uma banda sonora que nos mantenha suspensos sensitivamente criando um outro cenário imagético onde lá, realmente, habitam as duas personagens.

Pedro Saavedra nasceu em 1976. Formado pela Escola Superior de Teatro e Cinema, fez a licenciatura em formação de atores/encenadores. Estagiou em vários projetos internacionais, de onde se destaca a participação como ator numa produção de Eimuntas Nekrošius da École des Maîtres, e como encenador no Instituto Internacional de Teatro del Mediterráneo. Trabalhou como ator em várias companhias de teatro, como a Companhia de Teatro de Almada, o Teatro da Comuna, a Companhia Teatral do Chiado e a companhia argentina Escena Subterranea. Foi assistente de Vlado Repnik em vários projetos na Eslovénia. Foi diretor artístico do projeto PROTO e professor de expressão dramática durante 5 anos. Escreveu e encenou vários textos. Foi colaborador de revistas como a DIF e a Umbigo. Participou em várias telenovelas, séries e filmes portugueses, de onde se destaca a Família Ventura, para a RTP1 e o filme Snu, de Patrícia Sequeira. Foi programador do projeto PT Bluestation na estação de metro Baixa-Chiado, em Lisboa. É locutor profissional e dirigiu a Revista Gerador entre 2014 e 2019. Atualmente, dirige a companhia d’ O Fim do Teatro e tem um programa de entrevistas chamado Maus Exemplos na Rádio Radar.

TEATRO

2020 | OUT 29 a NOV 08

QUI a SÁB – 20H30
DOM – 16H00

AUDITÓRIO

8€ | DESCONTOS APLICÁVEIS

85 MINUTOS

M/12

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