O DEVER DE DESLUMBRAR
Teatro do Vão
Natália Correia, símbolo irrepetível de inquietação, intimida pela verve e pela beleza. Em O DEVER DE DESLUMBRAR Natália surge em diálogo com Natália. Assinala-se o centenário do seu nascimento e ecoa a sua voz em palco num cruzamento de múltiplas expressões artísticas num jogo de espaço e de tempo. Mulheres de hoje unem-se e identificam-se num trabalho que não se limita a uma exposição do que já foi, mas sim sublinha o que foi, ainda é, e o impacto do que está para ser.
“O DEVER DE DESLUMBRAR” coloca Natália (Teresa Tavares) em diálogo com Natália (Paula Mora). O pensamento e a fala soam na primeira pessoa num lugar de passado, presente e futuro. Intemporal. Diálogo que surge de seis anos de estudo do arquivo pessoal de Natália Correia numa pesquisa profunda de Filipa Martins, biógrafa da escritora. Dos seus milhares de textos inéditos a cartas pessoais, aos mais de duzentos artigos de imprensa ao longo de cinco décadas, ao estudo da sua obra completa e à análise das suas intervenções em debates parlamentares…. Daqui resulta uma conversa de contradições e múltiplas expressões. Provocações da poetisa, ensaísta, dramaturga que hoje toca, move, exprime e imprime em novas gerações. No centenário do seu nascimento, ecoa-se a sua voz em palco num cruzamento de linguagens artísticas numa encenação multidisciplinar com olhar de Ana Rocha de Sousa e enfoque nos mais diversos temas, tais como o papel da mulher, a representatividade, a cultura, Portugal, a vida e a morte. Um espetáculo que abraça a evolução do pensamento de uma das maiores pensadoras do século XX europeu ao longo dos anos, num convite a sentir o presente através do posicionamento particular e profético de Natália Correia. O acompanhamento musical da modernidade de SURMA (Débora Umbelino) traz em si a continuidade do espírito tanto antigo quanto futurista da escritora. Uma provocação poética também na expressão de estados de alma da contemporaneidade no movimento e dança de Ana Jezabel.
Viver poeticamente é viver as coisas em potência. É esta narrativa ínvia e contrastante que torna irresistível a sua descodificação.
Texto FILIPA MARTINS E NATÁLIA CORREIA
Encenação e Realização ANA ROCHA DE SOUSA
Interpretação TERESA TAVARES, PAULA MORA E ANA JEZABEL
Interpretação para Língua Gestual Portuguesa HANDS VOICE
Música e Ambiente Sonoro SURMA
Desenho de Luz e de Imagem AURÉLIO VASQUES
Operação Técnica MARIA SAÚDE
Cenografia e Figurinos DANIELA CARDANTE
Construção de Cenografia FP SOLUTIONS
Produção TEATRO DO VÃO
Assistência de Produção LARA R. SANTOS
Coprodução LEFFEST
Assessoria de Imprensa SHOWBUZZ
Apoio à Residência CENTRO CULTURAL DA MALAPOSTA / MINUTOS REDONDOS / CÂMARA MUNICIPAL DE ODIVELAS
Produção Apoiada por FUNDO CULTURAL DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES, FUNDAÇÃO GDA E REPÚBLICA PORTUGUESA – CULTURA | DGARTES – DIREÇÃO-GERAL DAS ARTES
Agradecimentos BIBLIOTECA PÚBLICA E ARQUIVO REGIONAL DE PONTA DELGADA, DIREÇÃO REGIONAL DOS ASSUNTOS CULTURAIS / MUSEU CARLOS DELGADO, CONTRAPONTO EDITORES, FÁTIMA SOUSA, FILIPE VARGAS, JOÃO SÁ NOGUEIRA, MARCO D’ALMEIDA E MIGUEL DAMIÃO
FILIPA MARTINS é escritora, argumentista e jornalista, biógrafa de Natália Correia (“O Dever de Deslumbrar”, Contraponto, 2O23). Nasceu em Lisboa, em 1983, e colaborou, enquanto jornalista e cronista, em publicações como o DN, Notícias Magazine, Evasões, Revista LER e Jornal i. Recebeu o Prémio Literário Manuel Boaventura com “Na Memória dos Rouxinóis”, o seu quarto romance, publicado pela Quetzal. Recebeu, ainda, o Prémio Revelação, na categoria de Ficção, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores, com “Elogio do Passeio Público” (Editora Guimarães, 2OO8), e o Prémio Jovens Criadores com “Esteira”. Publicou ainda os romances “Quanta Terra” (Editora Guimarães, 2OO9) e “Mustang Branco” (Quetzal, 2O14). É coautora da coletânea de contos “Mães que tudo” (Companhia das Letras, 2O19). Recebeu ainda uma menção honrosa com o texto “Cunhar Amor” na 2ª Edição do Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina, pela Companhia Cepa Torta. Nos últimos seis anos, dedicou-se a estudar a vida e a obra de Natália Correia. Desta investigação resultou uma série de televisão para a RTP – “Três Mulheres” – da qual é coargumentista, nomeada para os Prémios Sophia 2O19, pela Academia Portuguesa de Cinema, para o Prix Europa, Prémios Platino 2O19 e Prémios Autores 2O19 pela SPA. É ainda coautora, com Joaquim Vieira, do documentário “Natália Correia – A insubmissa”, exibido também no canal público de televisão. É argumentista da série televisiva “DOCE” (RTP) e da longa-metragem “Bem Bom”, candidata, na categoria de argumento, aos Prémios Sophia 2O22. Adaptou para ficção (RTP2) a vida da pintora Maluda e do prémio Nobel Egas Moniz e foi candidata aos Globos de Ouro pela autoria do telefilme “Na Porta ao Lado – Amor”, escrito em parceria com a APAV, de combate à violência doméstica. Manteve, em coautoria, um programa semanal na Rádio Renascença dedicado à promoção do livro, intitulado “A Biblioteca de”, e foi especialista do Plano Nacional de Leitura para a área de ficção.
ANA ROCHA DE SOUSA é realizadora, diretora artística e artista plástica. Nasceu em Lisboa. Trabalha pelo mundo. Viveu e estudou em Londres, onde fez o mestrado em Cinema na London Film School. Em Portugal, foi atriz profissional ao longo de 12 anos. Começou de forma amadora aos 14 anos quando entrou no grupo de teatro gerido por António Feio, de onde surgiu anos mais tarde o Grupo Teatral Pano de Ferro, do qual foi membro fundador. Licenciou-se em Pintura na Universidade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, onde desenvolveu os primórdios da sua expressão artística em fotografia, vídeo e instalações de arte. Estreia-se em 2O2O no Festival de Cinema de Veneza como realizadora, com “LISTEN”, a sua primeira longa-metragem de ficção, onde o filme vence 6 prémios, incluindo o Leão do futuro, o Leão prémio especial do Júri e ainda o Melhor Filme Internacional atribuído pela crítica independente (Bisato D’Oro Melhor Filme). “LISTEN” chegou a vencer mais de 3O prémios em competições Nacionais e Internacionais. Estreou em salas de cinema, plataformas digitais e festivais de prestígio no mundo. Como realizadora, começou por dirigir curtas de ficção e documentário, vídeos de música para artistas nacionais e criou cenários para palco, set designs para filmes e desenhou e executou projetos de decoração de interiores. No teatro, no cinema e nas belas artes, o foco do seu trabalho é a conexão entre o real e a ficção, indo ao encontro do impacto de transformação social pela defesa dos direitos humanos, da igualdade e da inclusão. Define-se por natureza com uma visão multidisciplinar, dada a sua formação e experiência nas diversas formas de expressão artística. Recentemente criou a instalação “TU” para a Exposição Amor Veneris onde levanta questões sobre abuso, tradição cultural e o nosso papel enquanto cidadãos, ativos ou passivos perante questões cruciais de consentimento.
TERESA TAVARES estreou-se em 2OOO como atriz e, desde então, trabalha em televisão, cinema e teatro. Frequentou a Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e completou a sua formação na LAMDA, em Londres, e no Lee Strasberg Institute, em Los Angeles (como bolseira da Gulbenkian). Em cinema foi dirigida por João Canijo, Fernando Lopes, Tiago R. Santos, Werner Schroeter, Patricia Plattner, Ana Rocha de Sousa, Jason Buttler, Mark Heller, Sofia Bost, entre outros, em produções portuguesas e coproduções com diversos países. É presença assídua na televisão portuguesa, tendo participado em inúmeras séries, novelas e telefilmes ao longo dos anos. Entre os seus últimos trabalhos em televisão destacam-se as séries “Até que a Vida nos Separe”, realizada por Manuel Pureza (Netflix / RTP) e “Cavalos de Corrida”, realizada por André Santos e Marco Leão, que a protagoniza (RTP). Em teatro destaca-se o seu trabalho com Daniel Gorjão (“Tudo Sobre a Minha Mãe”; “Vita & Virginia”; “Quarteto”; “Júlia”; “Radiografia de um Nevoeiro Imperturbável”; “um dia dancei SÓ dancei um dia”), Nuno M. Cardoso (“Emília Galotti”; “Maria Stuart”; “Nothing Hurts”), João Canijo (“Persona”), Luís Moreira (“Sonho de uma noite de Verão”), Isabel Medina (“Tio Vânia”), Rita Lello (“Ensaio no Feminino”; “Com o amor não se brinca”), Celso Cleto (“Sylvia Plath”), entre outros. Em 2O12 foi um dos membros fundadores do Teatro do Vão.
PAULA MORA é atriz desde 1977. Iniciou a sua atividade no Teatro de Nosso Tempo, uma cooperativa de teatro, composta maioritariamente por jovens que se dedicavam ao teatro para a infância e à dinamização cultural, com o apoio do FAOJ (Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis). Seguidamente colaborou com a Companhia Reportório, no Teatro Maria Matos onde fez três espetáculos, um deles “A Família”, numa encenação do espanhol Ossuna. Em setembro de 1979 é convidada por Francisco Ribeiro para o papel Maria da Luz na peça “O Lodo”, de Alfredo Cortês. Pertence ao elenco artístico do Teatro Nacional D. Maria II entre setembro de 1979 e março de 2O23. Ao longo da sua carreira interpretou vários autores desde Shakespeare, Garcia Lorca, Molière, Alfredo Cortês, Bernardo Santareno, Almeida Garrett, Bernard Shaw, Carlos Correia, António Patricio, Oscar Wild, Agostina Bessa-Luis, Eduard Albee, Caryl Churchill, Luisa Costa Gomes, Fernando Pessoa, Lidia Jorge, Peter Shaffer, Strinberg, Schnitzler, Gil Vicente, David Mamet, Tracy Letts, Ronald Hardwood, Patricia Portela, Fassbinder, Ingmar Bergman, Rostand, Tiago Rodrigues, Gorki, Jacinto Lucas Pires, Rui Cardoso Martins, Arthur Miller, ou Joana Bértholo. Participou em telenovelas e séries televisivas tais como “Os Lobos”, “Maternidade”, “Duarte & Companhia”, “Velhos Amigos”, “As mulheres de Abril”, entre muitas outras. Entrou também nos filmes “Os Imortais”, de António Pedro de Vasconcelos, “O jogo da Glória”, de Fernando Vendrel e “As Cinzas da Mãe” de José Farinha. Foi nomeada para o prémio de Melhor Atriz de Cinema pelo seu papel Filó no filme “Os Imortais”.
ANA JEZABEL é licenciada em Dança desde 2O14, formou-se na Escola de Dança do Conservatório Nacional, Escola Superior de Teatro e Cinema e na Escola Superior de Dança, onde frequentou o programa Erasmus – Fontys Academy School (NL). Está neste momento a realizar o mestrado da FCSH em História da Arte. Trabalhou com criadores nas áreas da dança e do teatro tais como: Marco da Silva Ferreira, Eddy Becquart, Emmanuelle Huynh, Gregory Maqoma, Bruno Alexandre, Jean Paul Bucchieri, Daniel Gorjão, Héla Fattoumi e Éric Lamoureux (França, Burkina Faso e Suécia, 2O17-2O19). Destaca a colaboração com Romeo Castellucci e ainda com Paulo Ribeiro, desde 2O15, com quem participou no projeto “Minute de Silence” (Paris, Théâtre National Chaillot) e como assistente coreográfica nas peças “Walking with Kylian” e “Le Chef d’Orchestre” (CNB). Como coreógrafa criou um solo para o Festival TODOS; e em cocriação com António Torres, as peças “a importância de ser (des)necessário” (PT17) e “outro em mim que eu ignoro” (GUIdance). Colabora com o Festival Artes no Camiño desde 2O15, onde juntamente com outros criadores tais como Nuno Preto, Ángela Diaz Quintela e Daniela Cruz, proporcionam à comunidade local oficinas de criação artística que culminam em apresentações coletivas. Coreografou a obra teatral “juliA” do UMCOLETIVO para o canal televisivo RTP2, e em 2O19 foi a primeira criadora emergente a ser coproduzida pela Casa da Dança com a peça “QUOTIDIANO amuse toi” no âmbito do Ciclo Primeiras Obras. Em 2O2O para a Fundação Calouste Gulbenkian trabalhou como intérprete na obra “l’Histoire du Soldat” e iniciou a sua colaboração com o Teatro do Vão, interpretando a obra “Quarteto” um texto de Heiner Muller, e como assistente de encenação e de produção, tendo em 2O21 integrado o Ciclo “Um Coração Normal”, que decorreu no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa. De momento dirige a sua primeira criação infantil “Dia-a-Dia” que teve a sua estreia em fevereiro de 2O23, no Teatro Luís de Camões (LU.CA).
O TEATRO DO VÃO, fundado em 2O12 por Daniel Gorjão, Teresa Tavares e Sara Garrinhas, tem desenvolvido a sua atividade em torno da ideia de experimentação e liberdade. Tem como principal objetivo a promoção da cultura e da criatividade, entendidas como veículos para o desenvolvimento do ser humano e das sociedades. Através da criação, organização e promoção de objetos artísticos pluridisciplinares, que englobam disciplinas como o teatro, a dança e as artes visuais, pretende fomentar o diálogo, a reflexão e a difusão de novas linguagens, em Portugal e no estrangeiro. A atividade do Teatro do Vão não é programática: não segue uma lógica em termos de repertório, em termos temáticos ou formais. Os espetáculos partem de um desejo em trabalhar um determinado assunto, uma determinada estética ou um determinado texto. As criações são muitas vezes a partir de materiais exteriores ao teatro – poesia, cartas, músicas, diários – e partindo desses materiais procurar o seu espaço de ação. Já criou/produziu espetáculos de naturezas muito diferentes: com atores profissionais, com pessoas da comunidade, em teatros reconhecidos, em lugares abandonados, em caves, com mais ou menos meios de produção, mas sempre movidos pelo desejo de criar objetos singulares, novos e dialogantes com o mundo em que vivemos. Se no início começou por só fazer espetáculos do criador e diretor artístico Daniel Gorjão, atualmente abre a estrutura a outros artistas. Entende que é mais uma forma de experimentação, não ser composto apenas por artistas que fazem, mas também artistas que estão em diálogo e que oferecem condições para que outros possam fazer.
© Fotografia AURÉRIO VASQUES
TEATRO
ESTREIA
2O23 | NOV 1O e 11
SEX e SÁB – 2OH3O
AUDITÓRIO
12€ | DESCONTOS APLICÁVEIS
9O MINUTOS
M/12
Informação Adicional | Interpretação em Língua Gestual Portuguesa nas duas sessões (1O e 11 novembro)
Informação Adicional (2)|Um espetáculo no âmbito da abertura da 17ª Edição do LEFFEST-Lisboa Film Festival. [leffest.com]
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