COISAS QUE PODIAM SER DITAS

COISAS QUE PODIAM SER DITAS (SOBRE OTELO)

Gato que Ladra

Aquilo a que prestamos atenção, o que fazemos com ela, como a depositamos e a gerimos, tornou-se objeto de um imenso interesse económico. Compra-se e vende-se a possibilidade do nosso olhar; e valiosíssimo é prever o nosso gesto seguinte. Nesta peça, um grupo de pessoas interessadíssimas em captar a nossa atenção encontram um terreno comum: um mágico, um criador de conteúdos digitais, uma adolescente e o seu irmão. Há também uma peça de arte clássica que quer ser ouvida, que quer finalmente poder contar a sua história.

“Indizível porque é tabu, porque foi censurado, por ser politicamente incorrecto,
ou porque transcende as palavras e remete à experiência mística…
Ou será que é por ser dito por uma rapariga?
Demasiado nova para ter uma opinião fundamentada sobre certos assuntos.
Demasiado feminina para não deixar a sua opinião vacilar subjectivamente.
Demasiado…?
Demasiado sonora?
Demasiado provocadora?
Com demasiado cabelo à mostra?
Demasiado histérica?
Demasiado imaterial?
Demasiado digital?
Demasiado online?
Demasiado vocal?
Online tenho voz!
Depois de séculos de silêncio, eu agora tenho uma voz.”
Joana Bertholo

Encenação JOSÉ MATEUS
Texto JOANA BÉRTHOLO
Interpretação PEDRO BARBEITOS, PEDRO PERNAS E SUSANA ARRAIS
Espaço Cénico LUÍS SANTOS
Figurinos RUTE ROCHA
Espaço Sonoro ALEX D’ALVA TEIXEIRA
Desenho de Luz ALEXANDRE COSTA
Vídeo-Arte RUI ANTÓNIO
Operação de Luz e Som ALEXANDRE COSTA
Design Gráfico JOSÉ CRUZ
Fotografia BRUNO MARTINS
Produção GATO QUE LADRA
Apoio REPÚBLICA PORTUGUESA – MINISTÉRIO DA CULTURA / DIREÇÃO-GERAL DAS ARTES

JOSÉ MATEUS fez pós-graduação em Artes Performativas (ramo Interpretação) na Escola Superior de Teatro e Cinema e formou-se em Arquitetura de Interiores pela Faculdade de Arquitetura de Lisboa da UTL. Profissionalmente estreou-se no grupo de teatro O Bando, em 1994. Trabalhou com diversos encenadores, dos quais destaca Alberto Pereira, Cândido Ferreira, José Carretas, Marco Horácio, António Feio, João Brites, Pedro Assis, Rui Luís Brás, André Gago, Maria João Miguel, Hugo Sovelas, Luís Castro, Rute Rocha, Paula Gomes Ribeiro, Yola Pinto, Cláudia Negrão, Joana Furtado, Francisco Salgado, Jorge Gomes Ribeiro, Ana Lázaro e Gonzalo Ascona. Tem vindo a colaborar com diversos Serviços Educativos de museus e fundações. Desde 2O14 que integra o corpo docente da EPI- Escola Profissional de Imagem, onde leciona as disciplinas de Dramaturgia, História do Teatro, Técnica da Máscara e Técnicas de Improvisação e Composição de Cena, no Curso de Interpretação. Foi ainda fundador do grupo O Resto, que recebeu o 1º prémio do Teatro na Década, com o espetáculo “T5” apresentado no Panteão Nacional. Pertence, desde 2OO8, à Associação Cultural Gato Que Ladra.

JOANA BÉRTHOLO nasceu em Lisboa em 1982. É licenciada em Design de Comunicação na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa; e doutorada em Estudos Culturais pela European University Viadrina, na Alemanha. Em paralelo à criação literária, escreve para dança, para teatro e dá aulas. Em 2OO5, com 23 anos, foi finalista do prémio Jovens Criadores. Em 2OO9, o seu primeiro romance “Diálogos Para o Fim do Mundo”, ganhou o Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho e foi publicado pela Editorial Caminho. Desde então publicou outros romances (“O Lago Avesso” e “Ecologia”), livros de contos (“Inventário do Pó”, e “Havia”), e um livro infanto-juvenil (“O Museu do Pensamento”), todos na Editorial Caminho; bem como outros livros noutras editoras, com destaque para a Dois Dias Edições e as Edições Prado. “O Museu do Pensamento” recebeu o Prémio do Festival Literário de Fátima e foi nomeado pela Sociedade Portuguesa de Autores para o Prémio SPA. “Ecologia”, de 2O18, foi finalista de prestigiados prémios como o APE, PEN Clube, DST, Casino da Póvoa, e semifinalista do Prémio Oceanos. Em 2O2O foi a autora selecionada para representar a literatura portuguesa na Noite da Literatura Europeia. Em teatro, escreveu variadas peças para duas edições do Festival Teatro das Compras (com direção de Giacomo Scalisi) e apoiou a dramaturgia de diferentes criações: da coreógrafa Madalena Victorino (“Companhia Limitada”), Raquel Castro (“O Olhar de Milhões”), Cláudia Andrade (“Para Vós”), Filipe Caldeira e Catarina Gonçalves (“Lusco-Fusco”), João de Brito (“Insuflável” e “À babuja”), entre outros. A sua primeira peça longa (“Quarto Minguante”), escrita no Laboratório de Escrita para Teatro do Teatro Nacional D. Maria II, estreou nesse mesmo teatro em novembro de 2O18, com encenação de Álvaro Correia. No mesmo ano foi-lhe atribuída a Bolsa de Criação Literária em Dramaturgia, pela Direção Geral dos Livros, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB), com a qual escreveu “Corpo-Arena”, que esteve para estrear em Itália quando flagrou a pandemia.

PEDRO BARBEITOS, nascido nos idos anos 7O do século XX, mais concretamente em 1978, anda nas lides do teatro e afins desde 1998, ano em que iniciou uma bolsa no Centro em Movimento, que terminou em 2OOO. Neste mesmo ano, realizou o estágio Meetings on Performance and Performance Composition com Peter Hulton. Em 2OO1, começou uma nova etapa com a licenciatura em Teatro/Formação de Atores da Escola Superior de Teatro e Cinema, onde trabalhou, entre outros, com João Brites, Rogério de Carvalho, Álvaro Correia, Carlos Pessoa, Francisco Salgado e Jean-Paul Buchieri. Desde então realizou diversos trabalhos em teatro, cinema, televisão, publicidade e outros projetos de cariz pedagógico. Estreou-se em 2OOO com o Teatro Bábá. Trabalhou ainda com vários encenadores, entre os quais destaca, José Mateus, Francisco Salgado, Marco d’Almeida, Manuel Coelho, Natália Luiza, Pedro Alvarez-Osorio e Rute Rocha. “Televisionalmente” falando, participou em séries e novelas como “Jóia de África”/ TVI, “Espírito da Lei”/SIC, ”Segredo de Justiça”/RTP, “Rebelde Way”/SIC, “Mundo Meu”/TVI e “Laços de Sangue”/ SIC. Em cinema, integrou o elenco do filme “O Crime do Padre Amaro”, realizado por Carlos Coelho da Silva. A todos estes trabalhos acresce ainda a sua atividade como docente em instituições públicas e privadas. Em 2OO3 iniciou a aventura da Gato Que Ladra, Associação Cultural, que dirige até aos dias de hoje.

PEDRO PERNAS nasceu em Lisboa em 1973. Tem o Curso de Música e Novas Tecnologias, com a vertente do Canto. Trabalhou com vários mestres de luta cénica, nomeadamente Eugénio Roque, Miguel Andrade Gomes, Diogo Sant’Ana. Estreou-se em 1995 e desde então tem trabalhado regularmente em Teatro, Televisão, Cinema, Locuções e Dobragens. Em Teatro trabalhou com os encenadores Keith Esher-Davies, Filipe Lá Féria, Fernando Gomes, Cláudio Hochman, António Feio, Ricardo Pais, Nuno Cardoso, Nuno M. Cardoso, Luísa Pinto, António Pires, Valerie Bradell, Paulo Sousa Costa, João Didelet, Vicente Alves do Ó, Jorge Ribeiro, António Leal, Tiago Torres da Silva, entre outros. Participou em várias produções televisivas.

SUSANA ARRAIS nasceu em 1975, tem a formação de atores e Licenciatura em teatro educação pela ESTC (1997 e 2OOO); mestrado educação artística-teatro pela ESELX (2O12). Atriz, encenadora, diretora de atores, professora e produtora de teatro. Diretora artística do Teatro IBISCO, que ajudou a fundar em 2OO9. Faz parte dos corpos diretivos da Guilherme Cossoul desde 2O13, onde leciona no curso de formação de atores. Profissionalmente trabalhou com diversos encenadores, dos quais destaca João Brites, Carlos Pessoa, Pedro Saavedra, João Didelet, Rute Rocha, João Ricardo, Iolanda Laranjeiro, entre outros. Em cinema trabalhou com os realizadores Ivo Ferreira, Victor Gonçalves e Leonel Vieira. Desde 1997 que tem participado como atriz também em séries, telefilmes e telenovelas, destacando-se os projetos que protagonizou: “Mulheres” – nomeada para internacional Emmy Award (PLURAL-TVI); “Tempo Final-Mano a Mano” (STOPLINE-RTP); “Pretérito imperfeito” (PLURAL-TVI); “Sonhos traídos” (NBP-TVI); “Espírito da Lei”, (COSTA DO CASTELO FILMES- SIC). Produziu e protagonizou as séries “O Quadrado das Bermudas” (SIC COMÉDIA) e “Filha da Mãe” (YouTube).

GATO QUE LADRA | ASSOCIAÇÃO CULTURAL 3 criativos, 3 formas distintas de encarar a realidade. 3 seres pensantes que pretendem criar, descobrir e desbravar caminhos novos na produção e criação teatral. Depois de vários anos de aprendizagem, chegou o momento de refazer as suas linhas, de pensar de forma generalizada os objetivos que pretende atingir, aquilo que quer criar. Achamos que só nos conhecemos realmente se estivermos constantemente a olhar para o nosso percurso, para o nosso passado. Neste sentido, a Gato Que Ladra é uma estrutura cuja linguagem é única no panorama teatral português: as suas propostas artísticas não têm uma forma, não têm um tipo de resultado final; não são só suas e nem quer que sejam. Sendo o teatro uma arte de conjunto, um processo criativo “pluriautoral”, pretende-se que essa variedade de intervenientes seja evidente nas suas produções. Quere-se que os seus convidados façam surgir novas procuras, novas questões, novas formas finais. A GQL investe nos seus dramaturgos e nas suas diferenças, quere-se que em conjunto reinventem a escrita teatral, reinventando, deste modo, o próprio espetáculo. A GQL credita ainda que a formação de novos públicos passa obrigatoriamente por um serviço educativo relacionado consigo. Nesse sentido, criou-se um serviço educativo que se centra na formação contínua e pontual de público, onde a qualidade e a criatividade se fundem em projetos concretos e com grande valor artístico. Quere-se que o seu contacto com os diferentes atores sociais se faça pelo diálogo criativo e imaginativo. A GQL acredita que os projetos educativos são ferramentas importantes na experimentação de conceitos e no contacto com o público, por isso lança aos seus formandos desafios que se querem profissionais e pertinentes. São 3 criativos que convidam outros criativos para que estes tragam as suas pesquisas para o projeto da Gato Que Ladra. São 3 criativos que lançam desafios e conceitos que são trabalhados por todos os intervenientes. São 3 criativos que formam públicos, se relacionam com diferentes realidades sociais e que pretendem retirar dessa relação novas formas de encarar a criação teatral em Portugal. São uma associação “pluriautoral” com muitas formas.

©Fotografia BRUNO MARTINS

TEATRO

ESTREIA

2O22 | NOV 16 a 27

QUA a SÁB – 21HOO
DOM – 16H3O

BLACK BOX

12€ | DESCONTOS APLICÁVEIS

85 MINUTOS

M/12

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