KABEÇA
Aoaní Salvaterra e Joyce Souza
O crânio é um conjunto amontoado de ossos onde fica o cérebro, órgão central do sistema nervoso relacionado com a memória, a inteligência e as emoções. Para além do cérebro, outros órgãos ligados aos sentidos, inúmeros músculos, terminações nervosas, vasos sanguíneos e linfáticos, estão abrigados nesta região. No alto dos nossos corpos estão os cabelos, a nuca e a face. Estrategicamente localizada sob o pescoço fica a cabeça.
Em Yorubá, Orí significa cabeça. Mais do que uma parte fisiologicamente estruturada, o Orí é um orixá, um deus, uma divindade pessoal e intransferível. O Orí irá acompanhar o indivíduo antes do seu nascimento e até depois da sua morte.
A cabeça, o Orí, depara-se com a imagem/fantasma quotidiana de corpos máquina acéfalos. Desmembrados dos seus membros – os “cabeças” – as suas repetidas e afiadas guilhotinas e a ameaça constante à memória inquietam-nos e levam-nos à KABEÇA.
Criação e Performance AOANÍ SALVATERRA E JOYCE SOUZA
Cenografia e Figurinos NEUSA TROVOADA
Música XULLAJI
Luz ARIENE GODOY
Apoios DORI NIGRO, CENTRO CULTURAL MALAPOSTA / MINUTOS REDONDOS / CÂMARA MUNICIPAL DE ODIVELAS
Projeto criado no âmbito do Festival Alkantara, inserido no programa Kilombo, curadoria do Colectivo Aurora Negra
AOANÍ SALVATERRA nasceu em 1984 em São Tomé e Príncipe e vive em Lisboa. É atriz, performer, dramaturga e jornalista. Fez o ensino secundário em Portugal e a licenciatura em Comunicação Social, com especialização em Jornalismo, na Faculdade Norte e Nordeste do Brasil – FANOR, Fortaleza -CE / Brasil (2OO9). É Mestre em Teatro – Artes Performativas, pela Escola Superior de Teatro e Cinema (IPL), em Lisboa (2O22). Depois de terminar o curso de Jornalismo viveu em Angola, onde trabalhou durante oito anos na área da comunicação social. Foi jornalista na Rede Angola e editora no Novo Jornal e na Carga Magazine. Esteve à frente das relações públicas em Back Communications e foi consultora de comunicação do Projecto HC3. Em 2O12 publicou uma coletânea de crónicas intitulada “Miopia Crónica”, pela editora Chá de Caxinde, Luanda. O livro é composto por crónicas que foram publicadas dispersamente na imprensa angolana, sobre assuntos diversos relacionados com o quotidiano angolano e dos países de língua portuguesa – PALOP. Com o intuito de aperfeiçoar a sua proficiência na língua inglesa, mudou-se, em 2O17, para os Estados Unidos da América (Toledo, Ohio/ Hillside, New Jersey) onde frequentou aulas de Interpretação para Teatro, Televisão e Cinema no Owens Community College, Starbound Talent – Toledo, Ohio. Desde então tem trabalhado como atriz em teatro, cinema e audiovisual, com nomes como Zia Soares, Xie Xiaodong e Jeremy Meier. Além dos Estados Unidos, os seus trabalhos também já foram apresentados em Portugal, Alemanha, Itália e China. Mantém-se ligada à comunicação como colaboradora do programa Avenida Marginal, da RDP África.
JOYCE SOUZA nasceu em 1987 no Guarujá-SP, Brasil e vive em Lisboa. É atriz, performer, dramaturga e educadora. No Brasil, iniciou a sua formação académica em Direção Teatral na Universidade Federal de Ouro Preto-MG. É formada em Interpretação na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo e licenciada em Educação Artística na Faculdade Paulista de Artes-SP. Em teatro integrou diversos espetáculos dirigidos por Luiz Fernando Marques (Lubi), Wanderley Piras, Adriana Azenha, Bete Dorgam, Dagoberto Feliz, Claudia Schapira, Iacov Hillel, Isabel Setti, Angelo Brandini, entre outros. Como performer, artista educadora e coordenadora educativa participou em exposições de arte e museus, destacando “Mayas, a revelação de um tempo sem fim” e “Terra Comunal – Marina Abramovic + MAI”, onde integrou a equipa educativa que aplicou o método desenvolvido por Abramovic. Foi docente convidada nas disciplinas de “Interpretação” e “Performance”, no Curso Técnico de Teatro do Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Integrou o coletivo artístico Usina da Alegria Planetária – UAP, que realiza pesquisas e atividades artísticas em antropologia e rito/performances. Em Portugal criou e desenvolveu “Jogatina de Histórias” e “Histórias de Bolso”, projetos de contar histórias e de improviso. Integrou, como intérprete vocal, a performance “Em ver lhe ser” no Festival “A Salto”, em Elvas, 2O19. Em 2O22 conclui o Mestrado em Artes Performativas na Escola Superior de Teatro e Cinema (IPL), cuja pesquisa teórica foi publicada pela ESTC Edições, no formato e-book. Foi, também, neste ano performer no espetáculo “Self Portrait. E agora como a gente luta?”, dirigido por Isabel Mões. Em 2O23 integra o espetáculo “Descobri-quê?” dirigido por Cátia Pinheiro, Dori Nigro e José Nunes, uma coprodução da Estrutura e do TNDM II e que está em digressão através do Odisseia Nacional. Integra o projeto como intérprete e formadora, desenvolvendo oficinas para o ensino secundário. Ainda em parceria com a Estrutura, participou na dramaturgia do espetáculo “Carta à Matilde” que estreou em junho no Teatro Rivoli, Porto.
©Fotografia BEE BARROS
RESIDÊNCIA
2O23 | AGO 19 a SET O2
LOCAL A DEFINIR
Residência artística não aberta ao público
[PERFORMANCE. TEATRO]
ESTREIA : 19 NOVEMBRO 2O23 | SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL
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