ILUSIONISTAS
Sofia Pádua
“Irmãos,
Nunca é fácil… Tudo o que aconteceu, ou está a acontecer ou até o que está para acontecer, fará sempre sentido porque é o que tem de ser.
E nós temos tudo o que é possível para enfrentar qualquer alteração que possa existir nesta queda. Oiçam a minha intuição. Nós vamos sobreviver. Basta que troquemos os ponteiros do relógio por bananas. Talvez escorreguemos neles e consigamos enganar a morte.
Às vezes oiço a minha voz na caixinha de música a responder-me a mim própria. Mas a verdade é que quando me olho ao espelho também vos vejo no reflexo.
Não sei, é tudo um bocado absurdo.
Ainda assim, prometam-me agora mesmo que se olharmos uns para os outros, nunca vamos fechar os olhos.
Obrigada pela viagem.”
[Texto de Diana Canha]
“Ilusionistas” é uma sátira das relações familiares. Nela, as três personagens irmãs vivem, repletas de ilusões, os seus microcosmos de decadência em ambientes sombrios, entre os quais se cruzam e dialogam; encontram-se entre si, consigo mesmas e com objetos simbólicos.
Apresenta-se como um estado entre a vida e a morte, uma nuvem entre sonhos e memórias, uma nostalgia profunda, um compasso de espera para análise do que se passa com a identidade, ou com a relação, ou com as identidades em relação. Os ambientes, o tempo e as personalidades misturam-se entre si e truques de magia, fantasias, ideias, sonhos e música literária desesperada. É o caminho da metamorfose.
É um devaneio sob a forma de luto em torno da saudade.
Interpretação MAFALDA EVARISTO, NUNO MOUTINHO E SOFIA PESSOA PÁDUA
Direção Artística, Encenação e Produção SOFIA PESSOA PÁDUA
Adaptação do Texto LUÏSA CUNILLÉ
Desenho e Operação de Luz BEE BARROS
Sonoplastia e Operação de Som SARA MARITA
Música Original CINTIA A BANDA
Cenografia JÚLIA CURY
Assistência de Direção e de Produção MIGUEL DOS SANTOS
Assistência de Dramaturgia DIANA CANHA E IVO ESPÍRITO
Assistência Técnica, Vídeo e Apoio à Criação NUNO MOUTINHO
Fotografia ISIS GONÇALVES
Apoio à Residência CASA CHEIA E CENTRO CULTURAL DA MALAPOSTA / MINUTOS REDONDOS / CÂMARA MUNICIPAL DE ODIVELAS
SOFIA PÁDUA é performer-criadora, nascida em 1996. Trabalha como atriz (em teatro e cinema), encenadora e diretora de atrizes (das próprias criações), música (voz e sintetizador), produtora executiva e professora de expressão dramática e de formação musical. Tem um grande amor à dança e ao cinema. Busca usar o corpo, incluindo a voz, como ferramenta de exploração, improvisação e meio de comunicação. Apropria-se de palavras e através do som, do movimento e dos símbolos cria discurso político e social, marcado pela crítica e pela agitação. Apresenta-se hoje como artista queer multidisciplinar. Tirou o Mestrado em Teatro, pela ESTC, IPL (2O22), um Minor em Teatro, pela Université Paris VIII (2O19) e licenciou-se em Ciências Musicais, pela FCSH, UNL, em 2O19. Concluiu ainda a Oficina de Jazz no Hot Club (2O19). Enquanto atriz, participou nos espetáculos “Samanta”, de Cláudio Hochman, na Boutique da Cultura, em 2O23; em “Luísa de Jesus”, de Milene Batista Carvalho, produção de Clara Amarela Films (2O22); em “O Dragão Que Fuma: Isabel Meyrelles”, de Ricardo Couto, produção de Clara Amarela Films(2O22). Enquanto performer-criadora, destaca os espetáculos “Ilusionistas”, apresentado no Mostra Nacional de Jovens Criadores, Gerador.eu (2O22) e Mutta, Fábrica do Braço de Prata (2O23); e “Devaneio”, apresentado na MoitaMostra (2O22) e no BOTA (2O23).
MAFALDA LOPES EVARISTO nasceu em 2OO1 e viveu a maior parte da sua vida numa pequena vila situada no Douro, de nome São João da Pesqueira, onde criou laços que se expandem até hoje com a terra, a música, a dança, e o teatro. Aos 6 anos de idade aprendeu a tocar violino, entrando mais tarde para a orquestra, onde também cantou a solo. Aos 1O anos teve a sua primeira aula de ballet, e aos 18, a sua última. À procura de algo mais, em 2O19 participou no projeto “K-Cena”, em Viseu, dirigido por Graeme Pulleyn. Certa de que seria esse o seu caminho, vem para Lisboa, onde estudou durante 3 anos na ACT – Escola de Actores. Durante o curso, participou em alguns projetos extracurriculares como “Cabaret Selvagem”, uma criação de Petronille de Saint-Rapt, “Ida ao Teatro”, a partir do texto de Karl Valentin e encenado por Nuno Moutinho, entre outros. Integrou também “A Chorus Line”, encenado por António Pires e apresentado ao público no Teatro do Bairro, como o espetáculo de final de curso. Pouco após a conclusão do mesmo, estagiou como assistente de cena numa produção do Teatro dos Aloés, ”Palavras Escondidas”, escrito e encenado por Ana Lázaro, casa à qual retornou recentemente para dar apoio no projeto “Limites”, encenado por Radu Apostol. Desde então que tem participado em algumas curtas académicas e criações de projetos. Apesar de fazer teatro desde criança, não se recorda ao certo do seu primeiro contacto, apenas sabe dizer que luta para que o mais recente nunca seja o último.
NUNO MOUTINHO nasceu em abril de 1995 em Viseu e tornou-se criador desde cedo, produzindo peças de teatro amadoras na escola e em eventos solidários. Possui mestrado em Teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema em Lisboa e licenciou-se na Escola Superior da Educação de Viseu, em Artes da Performance Cultural. Influenciado pelas suas origens geográficas, desde cedo se interessou pela área social, participando em várias ações de voluntariado e de intervenção social. Trabalhou como voluntário no Festival das Artes – Planalto 2O19, em Moimenta da Beira. Encenou peças de teatro, tais como: “Porta Aberta”, em 2O17; “Já é Natal”, 2O18 (autor original, encenador); e “Guardião das Páginas Esquecidas”, em 2O19, com a qual ganhou o prémio de Melhor Texto Original no 2Oº Festival de Teatro Amador em Viseu. Recentemente, frequentou formações da área social e psicológica, como Tráfico de Seres Humano, Violência Doméstica e Namoro e Igualdade de Género. Protagonista do filme “DESAMOR”, produzido pela Pesqueiramiga – Associação de Solidariedade Social, um projeto que lhe tocou bastante por abordar o tema da violência doméstica. Esteve também envolvido no processo de direção e seleção de atores e no apoio à produção. Foi formador artístico durante dois anos num agrupamento de escolas no interior do país, fomentando a arte junto dos jovens e da comunidade educativa.
©Fotografia ISIS GONÇALVES
RESIDÊNCIA
2O23 | AGO 23 a 29 e SET O2 a O8
LOCAL A DEFINIR
Residência artística não aberta ao público
[TEATRO]
ESTREIA : 21 SETEMBRO 2O23 | CENTRO CULTURAL DA MALAPOSTA
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