HEREDITÁRIO
Henrique Antunes
Numa Lisboa de um passado pouco específico, Maria é internada num hospício e é forçada a encarar a raiz do seu problema. Ela bateu com a cabeça demasiadas vezes contra um relógio de parede, numa tentativa de parar o tempo e conseguiu apenas derramar pelo palco os seus pesadelos.
“Eu queria ter escrito com uma caneta grossa, o meu nome, mas estava lá um aviso que dizia: “É expressamente prohibido metter malas dentro dos camarins, pregar pregos, escrever nas paredes ou outra qualquer coisa que os possa damnificar ou deteriorar o mobiliario.”
E agora ninguém se vai lembrar que lá estive quando eu partir.”
[Henrique Antunes]
Este espetáculo é sobre o suicídio, a depressão, o luto, sobre quando por vezes a linha que separa a realidade da imaginação desaparece e perdemos a noção do que é “real”, sobre o facto do tempo passar demasiado depressa e sobre perdermos muito tempo a pensar no tempo e em ter tempo, sobre como por vezes existem heranças que nos transcendem e herdamos comportamentos, tradições, doenças, e como tudo isto, todas estas coisas que o nosso cérebro guarda e esconde num baú chamado “trauma”, numa sala sem portas e janelas, mais cedo ou mais tarde, um dia, vão reaparecer para nos consumir quando menos esperarmos.
Texto e Direção HENRIQUE ANTUNES
Cocriação e Interpretação ALEXANDRA FREUDENTHAL, FABIAN BRAVO, INÊS BELLO E SALOMÉ COELHO
Figurinos e Cenografia HENRIQUE ANTUNES
Espaço Sonoro e Operação de Som HENRIQUE ANTUNES
Desenho e Operação de Luz TIAGO PESSOA
Produção HENRIQUE ANTUNES
Apoio à Residência CENTRO CULTURAL DA MALAPOSTA / MINUTOS REDONDOS / CÂMARA MUNICIPAL DE ODIVELAS
Apoio CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA / PÓLO CULTURAL DAS GAIVOTAS
Acolhimento CENTRO DE ARTES DE LISBOA – PRIMEIROS SINTOMAS
HENRIQUE ANTUNES nasceu em Ourém em 1999. É licenciado em Teatro pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. No seu repertório artístico consta a trilogia performativa “Microssistema”, uma cocriação com Rita Santos, apresentada ao longo de 2O19 em diversos festivais nas Caldas da Rainha. Teve uma participação especial como ator no espetáculo “Atalhos ou sobre o caminho mais comprido entre dois pontos” (2O2O), do Teatro do Vestido, como parte do seu estágio curricular, no qual trabalhou também como assistente de produção. Em 2O21 foi professor de Voz e Dramaturgia no curso profissional de Artes do Espetáculo, na Escola Básica e Secundária Ordem de Sant’Iago e fez assistência de encenação, produção e operação de vídeo no espetáculo “Juventude Inquieta” de Joana Craveiro/Teatro do Vestido, que esteve em cena no Teatro Nacional D. Maria II. Em 2O22 participou como ator nos espetáculos do Teatro do Vestido “Viagem a Portugal – paragem Alentejo, Santiago do Cacém” e “Viagem a Portugal – paragem Alentejo, Odemira”, coproduções com a Cooperativa Cultural Lavrar o Mar. Para além de Joana Craveiro, já foi encenado por Diogo Dória, Guilherme Mendonça e Maria Gil.
FABIAN BRAVO nasceu em Pias em 1997. Foi Campeão Nacional de Juniores em Tae Kwon Do e representou Portugal no Europeu de Juniores de 2O13. Iniciou os seus estudos artísticos no curso profissional de Multimédia em Salvaterra de Magos, encerrando assim o 12º ano de escolaridade. É licenciado em Teatro pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Durante o curso trabalhou com Pedro Ramos, Diogo Dória, Guilherme Mendonça e Joana Craveiro. Participou como ator no espetáculo “Logo se vê” (2O2O), encenado por Tiago Pessoa, que estreou no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha. Finda a licenciatura com um estágio curricular na Companhia de Teatro O Bando, coletivo onde trabalha até hoje. Inicia o seu percurso dando assistência de encenação a Miguel Jesus e integrou o elenco de “Antes do Mar” (2O2O), a partir do romance de Hélia Correia “Um Bailarino na Batalha”. Em 2O21 assistiu João Neca no espetáculo “Futebol” (2O21), uma cocriação com a companhia de Teatro do Montemuro, no qual, mais tarde, integrou como ator. Em 2O22 integrou o elenco da trilogia da Divina Comédia, no espetáculo “Paraíso” (2O22), encenado por João Brites, que esteve em cena no Teatro Nacional D. Maria II.
INÊS BELLO nasceu em Lisboa em 1998. Iniciou a sua formação no Grupo de Teatro de Letras (GTL) na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde estreou no Teatro da Comuna e no Centro Cultural da Malaposta a peça “Imagens e Reflexos” (2O17), a partir de Jean Genet, encenado por Ávila Costa, no âmbito da 18º edição do FATAL, Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa. Licenciada em Teatro pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, integrou a peça de final de curso “Manual de Instruções” (2O2O), com texto e direção de Joana Craveiro, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha. No mesmo ano participou como atriz no espetáculo “Logo se vê” (2O2O), encenado por Tiago Pessoa, e teve a sua estreia profissional no C.C.C. das Caldas da Rainha. Integrou outras criações originais escritas em colaboração com colegas, focadas em temáticas sociais (nomeadamente LGBTQI+), apresentadas no âmbito do Festival Ofélia e no Caldas Late Night. Fez o seu estágio curricular no C.A.L. – Primeiros Sintomas e no ano seguinte frequentou as aulas de Laboratório Coreográfico, orientado por Maria Ramos, no Fórum Dança. Dessa formação resultou o “Filme de Laboratório” (2O21). Em 2O22 colaborou, enquanto contrarregra, na peça de teatro documental “Viagem a Portugal – Paragem Alentejo, Odemira” do Teatro do Vestido.
ALEXANDRA FREUDENTHAL nasceu em Angola e reside em Portugal desde os oito anos. Começou a sua formação em 1989, no IFICT em Lisboa e seguiram-se outras escolas até 1997, altura em que terminou o curso superior da ESTC. A sua carreira de atriz passa por variadíssimas experiências no teatro, cinema e televisão, das quais se destacam: “Audição mecânica para treze actrizes” (1995), Teatro Experimental de Cascais; “12 mulheres e 1 cadela” (2OO5), Teatro Trindade; “Ocupação“ (2O19), Teatro São Luiz; “Nós”, longa metragem de Claúdia Tomaz (2OO2); “Humilhados & Ofendidos” e “Aurora”, curtas metragens de Salvador Palma e Danny Horiuchi (2O1O); “Fala-me de Amor”, novela TVI (2OO6); “Tu & Eu”, novela TVI (2OO6); “Feitiço de Amor”, novela TVI (2OO8); “Conta-me como foi”, série RTP (2OO9); “Maternidade”, série RTP (2O11); “Jardins Proibidos”, novela TVI (2O14).
SALOMÉ COELHO nasceu na Guarda em 1995. É licenciada em Teatro pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, no ano de 2O2O. Desenvolveu trabalhos de carácter experimental, onde atuou como intérprete, cocriadora, e dramaturga, como “A Pele Que Me Quiseram Arrancar” (2O18), “Chá para três” (2O19) e “PressReplay” (2O19). Integrou o elenco de “Afinal Era Brecht” (2O2O), com direção de Maria Gil. Estagiou no C.A.L. – Primeiros Sintomas, sob a direção de Bruno Bravo e Leonardo Garibaldi. Participou em vários workshops e formações na área das artes performativas, com destaque para o curso de improvisação na Escola de Atores “In Impetus”, com a Companhia Portuguesa de Improviso “Os Improváveis”, na altura, com os respetivos formadores: Marta Borges, Pedro Borges e Telmo Ramalho.
TIAGO PESSOA nasceu nas Caldas da Rainha em 1991, e começou o seu percurso na área de teatro com a companhia GrETUA, em Aveiro. Começou pelo Curso de Formação Teatral lecionado por vários artistas, que culminou com a apresentação do espetáculo “CAIS”, de Bruno dos Reis. Esteve também na produção do espetáculo do GrETUA “O Desvão”, do mesmo autor, em 2O18. Pouco depois ingressou e concluiu a licenciatura de Teatro na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, estagiando na própria ESAD.CR, substituindo o técnico residente. Durante a licenciatura escreveu e produziu um espetáculo da sua autoria, “Logo se vê”, que foi apresentado no dia 6 de fevereiro de 2O2O no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha. Trabalhou também como técnico de teatro com o Teatro do Silêncio durante o último ano da licenciatura.
© Fotografia HENRIQUE ANTUNES
RESIDÊNCIA
2O23 | MAR 21 a JUN 18
LOCAL A DEFINIR
Residência artística não aberta ao público
ESTREIA : 22 JUN 2O23 | C.A.L. – PRIMEIROS SINTOMAS | 75 MINUTOS | M/16
[TEATRO]
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