DESCONFORTÁVEL Residência

DESCONFORTÁVEL

Diana Nicolau

A miúda
A mulher
A atriz
A filha
A mãe
A namorada
A ex-namorada
A órfã
A amiga
A ex-amiga
A fugitiva
A crente
A cética
A corajosa
A cobarde
A deprimida
A extrovertida
A egoísta
A altruísta
A grata
A ingrata
A confiante
A impostora
A que quer estar aqui
A que não quer estar
aqui
(…)

O que têm todas elas em comum? São a mesma pessoa. E dentro dela cabem muitas outras com os seus medos, angústias, conquistas, paixões e dúvidas.

Num espaço onde a regra principal é o desconforto, a proposta é que o pratiquemos em conjunto. Através de várias histórias contadas por alguém que nos pode servir tanto de guia como de espelho, vamos pensando passado, presente e futuro. O nosso, o do mundo e o dos nossos.

É desconfortável crescer. E está tudo a crescer à nossa volta, a uma velocidade desconcertante e mais rápido do que gostaríamos. É preciso sermos como as lagostas, que largam as suas ‘carapaças’ quando se sentem apertadas e desconfortáveis e produzem novas e ajustadas. Até essas se tornarem desconfortáveis novamente e repetir o processo. É no desconforto que se cresce. Mas como? E para quê?

É reconfortante saber que não nos andamos a questionar sozinhos, e curioso como, num mundo com infinitas perguntas, andamos muitas vezes todos à procura das mesmas respostas.

Texto, Criação, Encenação e Interpretação DIANA NICOLAU
Assistência, Apoio à Criação e Produção INÊS FERREIRA DA SILVA
Desenho de Som e Música ANDRÉ FREITAS DE ALMEIDA
Desenho Luz RUI BRAGA
Apoio ao Vídeo JORGE ALBUQUERQUE
Movimento MIGUEL MATIAS
Cenografia CUCA
Direção de Arte RUEFFA
Figurinos JOSÉ ANTÓNIO TENENTE
Comunicação ANA NICOLAU SOUSA
Direção Técnica DANIEL NICOLAU FERNANDES
Fotografia RAQUEL PELLICANO
Apoios FUNDAÇÃO GDA, GUEL – PRODUÇÕES AUDIOVISUAIS, EQUINÓCIO MAGNÉTICO

-Tenho coisas na minha cabeça que gostava que saíssem.
Porquê?
-Porque as quero dizer.
-Então diz.
-E se ninguém quiser ouvir o que eu tenho para dizer?
Primeiro tens de as dizer.
-Pois tenho, mas é tão desconfortável.

DESCONFORTÁVEL” é um trabalho que parte de vários textos escritos ao longo dos últimos 4 anos pela atriz e criadora Diana Nicolau, que se propôs ao desafio de criar um espetáculo que será um monólogo, mas cuja diversidade de dispositivos cénicos fará parecer tudo menos isso. O ponto de partida será o trabalho sobre o desconforto. O da atriz, o desconforto das diferentes personagens que vão surgindo através de histórias, e também o do público na sala. As experiências pessoais da atriz confundir-se-ão com as histórias das várias personagens que com ela se cruzam, e surgem em cena sob a forma de som, luz e vídeo, e farão do público cúmplice, neste espaço intimista de partilha. Serão abordados temas como a rejeição, o medo, a solidão, a velhice, a ambivalência da maternidade, o abuso de substâncias, a depressão, o luto e o fim da humanidade ameaçado pelos problemas ambientais causados pela sociedade. Num espaço desconstruído e assumidamente desconfortável para quem está de ambos os lados, palco e plateia, contam-se histórias, integrando várias linguagens e dispositivos cénicos. O espaço partilhado com o público funcionará como espelho e espelhará a cabeça da atriz: freneticamente palpitante, metodicamente organizada e ansiosamente insegura, mas obsessivamente valente.

DIANA NICOLAU nasceu em 1987. Aos 16 anos deixou Alcobaça e mudou-se para Cascais para estudar Teatro na Escola Profissional de Teatro de Cascais, do diretor Carlos Avilez. Terminou o curso em 2OO6, e desde então trabalhou em teatro com os encenadores Carlos Avilez, António Pires, Gonçalo Amorim, Sofia Cabrita, Carla Galvão, Daniel Herz, Frank Feyes, Valentin Teplyako, Sergey Terekhov, Moncho Rodriguez, Marco Medeiros, Maria Camões, Nuno Pino Custódio, João Lourenço, João Garcia Miguel, Paulo César, João de Brito, Tom Todoroff e Seamus McNally. Deu aulas de interpretação a crianças na Academia ARTIST, em 2O1O. Em 2O19, estudou no Tom Todoroff Conservatory em Nova Iorque. Hugo Martins, Henrique Blanc, Frank Feyes, Nuno Alberto, Solveig Nordlund, Filipe Homem Fonseca, Sonat Duyar, Bruno Cativo, Frederico Ferreira e Miguel Cadilhe fazem parte dos diretores com quem trabalhou em cinema. Integrou, este ano, o elenco do filme nacional mais visto em 2O22, “Curral de Moinas – Banqueiros do Povo”. O seu percurso passa também pela televisão: em séries, telenovelas, telefilmes e programas de humor. Faz dobragens de filmes e séries de animação regularmente, e a sua voz e presença constante em spots publicitários, para rádio e televisão desde 2OO8. Fez várias missões de voluntariado dentro e fora do país e é uma apaixonada por viagens. Em 2O18 tirou um ano sabático e viajou sozinha pela América do Sul. Relata as suas viagens no seu blog e canal de youtube. Atualmente encontra-se a gravar a novela “Queridos Papás”, da Plural/TVI e terminou recentemente a reposição do espetáculo “A Casa de Bonecas” de Henrik Ibsen, no Teatro Villaret, uma coprodução da Força de Produção.


©Fotografia RAQUEL PELLICANO

RESIDÊNCIA

2O23 | SET O5 a 15 e 26 a 29

LOCAL A DEFINIR

Residência artística não aberta ao público

[TEATRO]

ESTREIA : O5 OUTUBRO 2O23 | TEATRO AMÉLIA REY COLAÇO, ALGÉS

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