A OUTRA MARGEM ERA O CORPO
[A PELE NÓMADA]
Bárbara Cordeiro e Roberto Dagô
“A Outra Margem era o Corpo” é uma pesquisa sobre a noção de “Outro” e de “Encontro”, tendo o mar como imagem central e as expansões coloniais como pano de fundo.
O gesto político-coreográfico funda-se no tornar visível o que é invisível a olho nu, transitando entre os princípios do microscópio – que amplia o que é pequeno – e o telescópio – que amplia o que é distante. Neste trânsito de escalas, emergem questões políticas e afetivas que borram as fronteiras entre universo interior e exterior, pessoal e público, entre ficção e realidade, entre um corpo e o outro, entre o corpo e a paisagem, entre local e global.
A pesquisa concentra-se particularmente na relação margem-margem. Interessa-nos interrogar esta outra margem sempre oculta, porém sempre imaginada logo atrás do horizonte: Eu, que olho da margem de cá, imagino outro corpo que olha e me imagina da margem de lá.
A utopia da investigação é reunir duas margens distantes, Bárbara Cordeiro, portuguesa, e Roberto Dagô, brasileiro, olham para o mar a partir de margens opostas da expansão colonial que os uniu séculos atrás.
Este procedimento implica duas investigações principais: a primeira, de auto-ficcionalização, implica a transdução do próprio imaginário ou narrativas político-afetivas em paisagens (naturais ou sobrenaturais); a segunda etapa implica no processo de “povoamento” de outro corpo com estas paisagens e mútua contaminação destas narrativas a partir deste encontro, por hora virtual.
Como inventar mundos que materializem o universo particular de cada corpo? Como desbravar o corpo-território do outro com um imaginário que é meu?
Criação e Performance BÁRBARA CORDEIRO E ROBERTO DAGÔ
BÁRBARA CORDEIRO nasceu em Coimbra, Portugal. Trabalha em artes performativas, entre interpretação, criação, produção, modelo vivo e ensino. Recentemente fez parte do PACAP5, com curadoria de João Fiadeiro, Márcia Lança, Daniel Pizamiglio e Carolina Campos. Faz parte do coletivo UM CAVALO DISSE MAMÃE, e no último ano colaborou com diversos artistas como Nicole Gomes, Katinka Wissing, Roberto Dagô, Marta Jardim, Magnum Soares e Sijben Rosa.
ROBERTO DAGÔ é performer, coreógrafo e investigador. Desenvolve o seu trabalho em territórios de contaminação de práticas e materialidades a partir da articulação entre corpo, imagem e política. Dagô é cofundador da plataforma de criação franco-brasileira BRUTA Corp.. É bacharel em Artes Visuais (Brasil) e estudou Cenografia (Lisboa). Concluiu o master Création artistique – Arts de la scène (França) e o PACAP5, no Fórum Dança.
RESIDÊNCIA
2O23 | JAN 24 a 27
LOCAL A DEFINIR
Residência artística não aberta ao público
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