OFICINA DE LEITURA INTERPRETADA: ESTA TARDE GRITA-SE
Como se aborda um texto para teatro? Procuram-se as personagens, ou narram-se os factos? Como transmitir uma mensagem, uma sensação, ou uma emoção? Onde é que os atores vão buscar as ferramentas que possuem para a interpretação de um texto? Ao passado? A histórias que ouviram? Ao som e ritmo das palavras? Com tantas perguntas, o melhor mesmo será experimentar e encontrar o nosso próprio caminho, a nossa forma de contar histórias, sejam peças de teatro, contos, sonhos ou apenas emoções. Oficinas destinadas a jovens com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos. Os participantes serão desafiados a interpretar uma cena, um conto, ou texto. Com base em ferramentas dadas pelo formador, serão introduzidos conceitos sobre criação de personagem, relação entre o ator e o público e a contracena entre colegas. O único requisito é a vontade de descobrir aquilo que existe detrás dos textos. Total de 2 sessões com apresentação no final.
Miguel Maia Nascido em Lisboa em 1976, é diretor artístico da Companhia Cepa Torta. Com formação inicial em engenharia, fez diversas formações em teatro e trabalha na área desde 1999. É Mestre em Teatro e Comunidade pela ESTC (2013). Colabora, desde 1999, em projetos como encenador e ator – destacam-se interpretação de “Fausto” com Primeiros Sintomas em 2016, enc. de Bruno Bravo, o monólogo “O Rei Imaginário”, de Raúl Brandão, enc. Leonor Buescu, em 2017, e a direção do clube júnior do Teatro da Garagem em 2013, com Maria João Vicente. Participa em trabalhos de televisão, publicidade e cinema. Na área do teatro e educação destaca-se trabalho desenvolvido em contexto escolar (projeto Sei de um Sítio, Escola Condes da Lousã, Amadora (2012); coordenação e formação no projeto Selfie em várias escolas de Odivelas desde 2018). Faz formação periódica em teatro, de onde se pode destacar a formação inicial no Chapitô, com Eduardo Fão, passando depois pelo IFICT, CEM, Gulbenkian com João Mota, Artistas Unidos, Restart e Bruno Bravo/Primeiros Sintomas. O seu principal foco de trabalho centra-se no trabalho dramatúrgico, na encenação e no trabalho com não-atores. Encenou “Um Pássaro e uma Cabeça”, espetáculo infanto-juvenil a partir de textos de Manuel Ant. Pina e Sophia de Mello Breyner que, desde 2015, itinera o país. Faz a direção artística, desde 2017, do projeto “Esta noite grita-se”, de leituras de textos de teatro onde teve oportunidade de dirigir as leituras interpretadas de diversos textos com atores como Sara Carinhas, João Lagarto, José Wallenstein, Paulo Pinto, Pedro Gil, Rita Cabaço, Catarina Wallenstein, Elmano Sancho, entre muitos outros. Em 2019 criou e encenou o espetáculo “Estudos sobre o desejo – Tomo 01 – O Barão” a partir da obra de Branquinho da Fonseca e Aldous Huxley, estreado em Lisboa e com itinerância em diversos pontos do país, premiado com melhor adaptação de texto para teatro entre diversos outros prémios pelo Guia dos Teatros, JUP e Comunidade Cultura e Arte.
A Companhia Cepa Torta é uma plataforma artística que, desde 1999, trabalha na área do teatro e performance. Afirma-se como um conjunto de artistas que colaboram entre si nos diferentes projetos que assentam na criação artística teatral, no trabalho com a comunidade onde se encontra (Marvila), e no serviço educativo – secção O Rebento. Nos seus 20 anos de existência apresentou trabalhos na Malaposta, Teatro Ibérico, Teatro Taborda, Biblioteca de Marvila, Teatro da Comuna, Teatro da Trindade, Teatro da Garagem, Fala-Só, Fábrica Braço de Prata, Bridewell Theatre (Londres), entre muitos outros espalhados pelo país. O trabalho dos Cepa Torta assenta tanto no teatro de repertório (Brecht, Gil Vicente, Raul Brandão, Eurípedes, Tchékhov, Durënmatt), como em criações originais de Miguel Maia e Filipe Abreu. Um dos projetos emblemáticos mais recentes é o Festim de leituras de textos de teatro, Esta noite grita-se, que vai entrar na sua 4ª temporada, e em que já participaram no passado cerca de 60 atores para um total de 16 textos em diversos espaços de Lisboa e no resto do país. Com um coletivo eclético, a companhia tem a ambição contínua de pesquisar formas de fazer, investindo na procura de novas abordagens de encenação e criação. A revisitação do património dramatúrgico clássico, e por isso intemporal, coabita com um interesse contínuo na contemporaneidade e nos dramas da realidade atual. A companhia desenvolve vários projetos em simultâneo numa perspetiva de trabalho em rede com parceiros da área artística, comunitária e educativa. A secção O Rebento desenvolve projetos pedagógicos em Marvila, Odivelas e tem vindo a apresentar espetáculos de norte a sul do país.
©Fotografia SÓNIA GODINHO