TOCÁ RUFAR
no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Música
O Tocá Rufar é um projeto modelo de formação artística e cultural para a afirmação e promoção da percussão tradicional portuguesa e do instrumento bombo, que se distingue ao colocar a cultura portuguesa, o conhecimento e a arte em posição privilegiada como fonte de valor, de desenvolvimento e de contemporaneidade; e por torná-los acessíveis a todos os indivíduos.
Tem como missão promover o instrumento bombo a ícone da identidade e cultura portuguesas atuais e desenvolver a sua prática, no âmbito de orquestras de percussão tradicional portuguesa contemporâneas, enquanto realização exemplar e instrutiva de uma organização assente no paradigma informacional.
Pretende, através da prática artística de excelência, criando e inovando no seio de uma tradição cultural, construir e exportar a imagem de um Portugal moderno, ágil, ativo, criativo e inovador e, ainda, possuidor de uma sólida identidade cultural; bem como um modelo organizacional proeminente, suscetível de ser aplicado no âmbito de outras entidades nacionais e estrangeiras.
O Tocá Rufar inscreve-se nos modelos de intervenção sociocultural tendentes ao desenvolvimento da sociedade civil, nomeadamente das suas componentes mais frágeis e mais carentes de atenção.
“Os nossos tocadores, quando integram a Orquestra Tocá Rufar assumem a responsabilidade de representar a cultura e identidade de um país – este projeto, pela visibilidade que tem, acarreta esse peso; por isso são-lhes exigidas muitas horas de trabalho árduo, regras de educação e de conduta exemplares e uma apresentação e postura rigorosas. Eles são artistas e, sobretudo, seres humanos exigentes e de valor e saberão tomar as necessárias iniciativas e responsabilidades, hoje e no futuro, e tudo fazer pela sua terra.” (Rui Júnior, Fundador e Diretor do Tocá Rufar) Sob o lema: entrega-te, revela-te, supera-te, o Tocá Rufar provê os seus alunos de uma nova e melhor perspetiva de si próprios e exige-lhes a busca de um equilíbrio justo entre o respeito de uma vontade e ordem comuns e a afirmação de uma identidade individual no seio da comunidade. Fazendo ação social através da arte, concede-lhes o abrigo das raízes culturais enquanto lhes alarga os horizontes e lhes coloca um futuro prometedor ao alcance, proporcionando a liberdade de definirem o seu próprio limite.
Definindo-se como projeto artístico e cultural, o Tocá Rufar protege os seus tocadores de preconceitos sociais ligados à sua proveniência, idade, género, raça, cultura, orientação sexual, ou outros; investindo na criação de condições para que qualquer indivíduo tenha igual oportunidade de acesso e crescimento no projeto e na sociedade. Compondo uma turma única, o grupo composto pelos tocadores do Tocá Rufar reúne e aproxima indivíduos díspares cujos contextos sociais normalmente não se cruzam nem conhecem, mas que, enquanto percussionistas adquirem uma posição de equidade. Como membros queridos duma só família partilham afinal um espaço de encontro entre gerações, culturas, experiências de vida, carreiras escolares e académicas, faixas sociais, identidades; onde todos são entendidos e considerados unicamente pela sua entrega, amizade e mérito.
Os tocadores da Orquestra acedem a lugares e contextos que a maior parte dos indivíduos não alcança: tocam ao lado de artistas de renome como seja Buraka Som Sistema, Fafá de Belém, Fausto, Jorge Palma, José Mário Branco, Mickael Carreira, Paulo de Carvalho, Rui Júnior & o Óquesomtem?, Tony Carreira, Xutos & Pontapés, nomeando alguns; representam o país em eventos internacionais como aconteceu em diversas Expos Mundiais ou na Assinatura do Tratado de Lisboa ou no Festival Big Bang na Bélgica; viajam pelo mundo e convivem com gente das mais variadas proveniências.
Além da sua ação direta sobre os alunos, o Tocá Rufar tem uma ação indireta muito abrangente. Os espetáculos do Tocá Rufar e a forma como os tocadores se apresentam e comportam publicamente inspiram milhares de espectadores, não só pela qualidade musical, mas pela retidão, educação, generosidade e simpatia que emanam; constituem um exemplo, desafiam e alimentam o espírito e são um importante estímulo à solidariedade e ao envolvimento ao serviço da comunidade.
Todos os anos o Tocá Rufar ensina gratuitamente cerca de 500 alunos.
Galardões atribuídos ao projeto
A atribuição do estatuto de Projeto de Interesse Cultural pelo Ministério da Cultura desde 1998.
A escolha do mesmo para a representação de Lisboa nas Cidades Educadoras, dado o seu real interesse como experiência educativa (1999). A AICE – Associação Internacional de Cidades Educadoras – agrupa mais de 180 cidades de 26 países.
O ‘Prémio de Qualidade’ atribuído pelo P.E.M. – Programa Educativo Municipal pelo Instituto da Qualidade no Distrito de Setúbal (2001).
O Projeto recebeu, conjuntamente com o seu Diretor – Rui Júnior – o Visiting Arts and Calouste Gulbenkian Foundation’s Portuguese Performing Arts Awards (2003).
O Projeto recebeu o troféu da Costa Azul ‘Golfinho de Cristal’, atribuído a entidades ou singulares que se destacaram na promoção turística da Região (2005).