Ciclo de Conferências THEIA Dia 19 2023

CICLO DE CONFERÊNCIAS THEIA
[FESTIVAL THEIA]

O ciclo de conferências Theia deu início a um espaço construtivo e seguro de debate sobre a atual situação de representação de mulheres na música. Excedendo as expectativas na sua edição anterior, a participação do público demonstrou a necessidade de se partilharem vivências, ressignificar experiências discriminatórias através do conhecimento científico, e a necessidade de estimular iniciativas de micropolítica, como é o Festival Theia, enquanto motor de transformação social. Nesta 2ª edição partimos de novas questões para responder à pergunta maior: como construir um contexto artístico mais representativo e equitativo?

CONFERÊNCIA III | NOVAS PUBLICAÇÕES SOBRE MÚSICA E GÉNERO

Desde os anos 7O que a implementação do pensamento feminista na Academia tem sido marcado por resistências por parte das ciências sociais mais convencionais. Acabando muitas vezes por ocupar um lugar marginal, um apontamento exótico em relação ao saber dominante, é de assinalar que apenas em 2O21 se tenha publicado o primeiro livro português inteiramente dedicado ao cruzamento de estudos sobre Música e Género. Por sua vez, em 2O22 é publicado o primeiro livro a estudar de forma sistemática as relações entre género e jazz pela prestigiada editora Routledge, marcando um momento histórico de reconhecimento sobre a importância deste assunto na investigação musicológica.

Nesta conversa, os livros Musical Trouble…After Butler (2O21) e The Routledge Companion to Jazz and Gender (2O22) serão apresentados pelas pessoas envolvidas na coordenação e edição destas publicações, proporcionando uma oportunidade única para conhecer os processos de publicação e a importância destas publicações no contexto do estudo musicológico sobre género.

Moderação BEATRIZ NUNES
Convidadas JOANA FREITAS E MONIKA HERZIG

BEATRIZ NUNES é doutoranda em Ciências Musicais sobre questões de género no ensino do jazz, Beatriz Nunes despertou para a temática quando estava a fazer o mestrado em Ensino de Música e se apercebeu da falta de representação de alunas no jazz. Atualmente dá aulas de canto no Hot Clube de Portugal onde, em dez músicos, tem apenas dois rapazes e o resto são mulheres. Beatriz defende que há uma disparidade de género relativamente às escolhas. “Esta diferença na escolha académica terá depois impacto na vida profissional”. As mulheres priorizam o canto, enquanto os rapazes, se o escolhem, será como segundo instrumento. Beatriz Nunes é da música. Cresceu a ouvir MPB, Zeca Afonso e Madredeus. Em 2O11 substituiu Teresa Salgueiro no coletivo Madredeus, mas defini-la desta forma é injusto na medida em que a reduz. Beatriz Nunes é uma artista completa. Performer, professora e investigadora, conclui que as três componentes se influenciam umas às outras. Na sala de aula tem material de estudo para as questões de género e a consciência de palco dá-lhe traquejo como pedagoga. O ciclo de conferências do Festival Theia traz a lume todas estas questões em torno da mulher e a sua representatividade na música. A primeira aborda as Mulheres e a crítica Musical (17 nov.). A segunda refere-se à relação das Mulheres com o Ensino de Música (18 nov.). A terceira e última conferência (18 nov) discute as Novas Publicações sobre Música e Género. Pretende- se que este seja um espaço seguro de debate sobre a situação atual de representação das mulheres na música. Beatriz Nunes sugere também que não se perca a oportunidade única de se ver Fuentesanta e Ensamble Grande. “Figura de referência a nível internacional, destaque da nova geração de mulheres-artistas e também um modelo para as nossas alunas”.

JOANA FREITAS é doutoranda em Ciências Musicais Históricas na NOVA FCSH com uma bolsa de doutoramento FCT. É atualmente membro da linha de investigação NEGEM, Núcleo de Estudos sobre Género e Música, tendo sido uma das coordenadoras do livro Musical Trouble… After Butler: Música, Género e Sexualidade (2O21).

MONIKA HERZIG é uma pianista e investigadora alemã. Depois de receber uma bolsa de estudos em 1987 pelo Instituto Pedagógico de Weingarten para um programa de intercâmbio de um ano na Universidade do Alabama, Herzig muda-se para os Estados Unidos da América em agosto de 1988. Com um doutoramento em Educação Musical, com especialização em Jazz Studies na Indiana University, Herzig é membro do corpo docente desta Instituição no Departamento de Administração de Artes. Em 2O22, foi uma das editoras do livro The Routledge Companion to Jazz and Gender.

FESTIVAL THEIA | Mais informações aqui.

CONFERÊNCIAS

2O23 | NOV 19

DOM – 16H3O

BLACK BOX

ENTRADA LIVRE [MEDIANTE LEVANTAMENTO DE BILHETE]

75 MIN

M/12

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