CAFUKA ATLÂNTICA
Plataforma Cafuka
A cafuca é um candeeiro rudimentar criado pelos funileiros portugueses que viajou pelo Atlântico até ao Golfo da Guiné, sobre as ilhas do Equador, e que criou raízes nesta abençoada terra que dela se apropriou.
A história deste objeto de luz, assim como a formação desta sociedade original crioula de matriz luso-africana e a sua paisagem natural, económica, cultural e sociopolítica são fatores de interesse artístico, muito motivador para o desenvolvimento de residência criativa no domínio das artes plásticas e todas as disciplinas auxiliares que proporcionam a construção deste projeto de intercâmbio.
A evolução das diversas sociedades no mundo foi feita de movimentações migratórias e, consequentemente, o contacto, o intercâmbio e/ou movimentação de bens tornaram-se barómetros fundamentais para a medição do desenvolvimento humano e económico.
A origem desta ideia surge entre 2013 e 2016, num intercâmbio entre um grupo de artistas santomenses e portugueses e afirma-se em acontecimentos que condicionam a necessidade de conhecimento recíproco e fez com que, num piscar de olhos, redescobríssemos o candeeiro de azeite em Castro Daire, na aldeia de casas de xisto. Daí a razão para seguir a pista desta fabulosa história antropológica e artística que nos une.
Por outro lado, conhecendo as necessidades da realidade de carências em diversos contextos das artes plásticas e criativas em São Tomé e Príncipe, reagimos com o presente projeto, respondendo às necessidades de investigação, de criação, de internacionalização do nosso trabalho na busca de diversas possibilidades de exploração plástica, intercâmbio e projeção das nossas propostas estéticas.
A Plataforma Cafuka, durante os oito anos da sua existência, reflete igualmente experiências temáticas do universo histórico colonial e pós-independência, fatores políticos que condicionam as migrações, fatores de integração nos países de acolhimento e referências urbanas e culturais.
Artistas Plataforma Cafuka
ADILSON CASTRO, ALEX-KELLER FONSECA, ESTANISLAU NETO, EVA TOMÉ, ISMAEL SEQUEIRA, JOSÉ CHAMBEL, LITOS SILVA, MANUEL XAVIER, NTALUMA, OLAVO AMADO, RENÉ TAVARES, VALDEMAR DÓRIA, ZEMÉ
Adilson Castro, nasceu em São Tomé a 4 de março de 1980, onde vive e trabalha. Artista autodidata, desde muito cedo participou em várias ações de formação e fez residências artísticas, tendo sido a mais recente no Hangar (2019), em Lisboa. Participou em várias edições da Bienal de São Tomé e na Bienal de Caracas, Venezuela. Em 2001, frequentou o atelier de pintura com o professor da Escola de Belas Artes de Dakar e artista plástico Seyni Gadiaga e em 2002, participou no atelier de desenho, criatividade, colagem e pintura com a artista norte americana Débora Miller, professora da Universidade Católica dos Estados Unidos, no Espaço Teia D’Arte em São Tomé. Neste mesmo ano participou também no segundo atelier de formação com o professor/artista plástico senegalês Seyni Gadiaga e concluiu o atelier de desenho e escultura com os alunos finalistas da FABUL (Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa) na Teia D’Arte, na cidade de São Tomé. Em 2004, ministrado pelo escultor português João Bicho, frequentou o atelier de brinquedos tradicionais. Desde 2000 que vem participando em diversas exposições em São Tomé e Príncipe e no estrangeiro, entre elas a Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe (de 2002 a 2008). Das exposições coletivas destacam-se as participações, em 2009, na Mostra dos Jovens Criadores da CPLP, Centro de Congresso de Lisboa; África (Em)Contra Ciclos, Galeria Teia D’Arte, São Tomé; “Ferro e Plástico”, Galeria Teia D’Arte, São Tomé; e “Meeting São Tomé e Príncipe”, Amsterdão. Em 2010 marcou presença no Festival da Lusofonia em Macau. Em 2011 participou, na cidade de Bragança, na exposição “De trás das máscaras” no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais. Em 2012 esteve na “Cacau Mostra São Tomé e Príncipe”, Galeria ArtVisie, Amsterdão. Tem o registo de três exposições individuais, sendo em 2003 a realização de “Suspiros”, em 2004 a “Criação” e em 2005 a “Infância revisitada”, todas realizadas na Galeria Teia D’Arte, em São Tomé.
Alex-Keller Fonseca, nasceu em São Tomé e Príncipe em 1984. Participou em diversos workshops no espaço Teia d’Arte e na Casa da Cultura de São Tomé, lecionados por artistas nacionais e internacionais.
Através das suas obras, o artista pretende expressar o seu quotidiano e o renascimento da “Mãe Africana”, com todo o seu sofrimento e incertezas, cuja continuidade de tradições culturais se irão refletir no novo mundo através das crianças. Estas representam o principal tema nos seus projetos artísticos. Ilustra a força e a energia da criança santomense que, cheia de magia e criatividade, constrói os seus próprios brinquedos, com base na reciclagem de alguns objetos sólidos (plásticos, latas, pinéus etc.), bem como de outros produtos da terra. Expõe com regularidade desde 2002, data em que participou na II Bienal de São Tomé e Príncipe. Em 2011 esteve presente na exposição coletiva “Por trás da Máscara” no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança. Em 2016 expôs a sua obra na Galeria Quadras Soltas, ao abrigo do projeto “Porto Africano”, no Porto. Em 2019 participou na coletiva “Energias” na galeria da Quinta dos Zagalos, em Almada. É membro fundador da Plataforma Cafuka.
Estanislau Neto, iniciou a sua carreira como artista plástico na década de noventa, altura em que realizou a sua primeira exposição individual no Centro de Documentação Técnica e Científica. Nos anos noventa integrou o movimento artístico liderado pela AAPLAS numa altura em que as artes plásticas conheceram um boom extraordinário em São Tomé e Príncipe. Após este período, participou em várias exposições a nível nacional e internacional, como a bienal de CICIBA, as jornadas luso-bantu no Centro Cultural Português em São Tomé, Centro Cultural Português em Luanda, atelier George N’Bourou-Libreville (Gabão), pintura mural na sede do PNUD em São Tomé, e na Expo ‘98 em Lisboa. Recentemente, participou na exposição “As Águas e as Diásporas” no Museu da Faculdade de Ciências Naturais de Lisboa, no “África Mostra-se”. Tem realizado vários projetos, sempre em busca de novas experiências, como por exemplo, as “Urb”. É membro fundador da Plataforma Cafuka.
Eva Tomé é natural de São Tomé e Príncipe. Uma artista que balança entre o mundo da arte abstrata, figurativa e expressionista, marcada pelos episódios vividos no processo de crescimento. É formada em estilismo e modelismo na Dinamarca. Fez o curso de Belas Artes, frequentando a formação em “pintura a óleo” com o pintor Joaquim Durão e “Desenho e Pintura” com o professor Paulo Renato, no Porto. Em 2007 abre a galeria Atelier de arte 22 no Porto, expondo em diversos países. Mais recentemente, em 2017, representa STP na exposição “28 artistas + 28 obras no feminino” em Macau e em Julho participa na exposição coletiva dos artistas de Gaia, inserida na 2ª Bienal de Gaia. Em março de 2018 representa STP na primeira Bienal de mulheres artistas de Macau e na exposição “A Arte e o dia da Mulher”, na casa do Alentejo. Em junho de 2018 faz uma exposição individual em STP intitulada “Mulheres da Minha Terra”, na CACAU – Casa das Artes Criação Ambiente Utopias. Em 2019 faz uma exposição individual intitulada “Identidades”, na galeria Muxima em Lisboa e representa São Tomé e Príncipe no “Women, Wine & Festival” da Nigéria, em que participaram mulheres artistas de todos países africanos. Em 2020 participa com uma exposição online na plataforma Cafuka, intitulada “Windows e Ideias Soltas”. A arte de Eva Tomé é marcada pela sua honestidade, resultado do seu comportamento perante os obstáculos que enfrenta como mulher artista plástica.
Frank Arroni Ntaluma, escultor Makonde, nasceu em 1969 na Base Beira, a 1ª Base da frente de libertação de Moçambique, na zona de Nkandangue Nanhagaia, distrito de Nangade, província de Cabo Delgado, Moçambique, a 25 de agosto do último ano da década de 60, num sábado com o calor do planalto, onde os homens se assustaram com as gargalhadas das parteiras tradicionais Makonde. Iniciou o seu trabalho de transmitir a sua palavra através da madeira em 1990, no Museu de Etnologia de Nampula. Em 1992, chega a Maputo, onde, com um grupo de amigos, funda a “Favana Grupo de Escultores Makonde”, no parque de campismo em Maputo, onde começa a formar muitos moçambicanos e estrangeiros. No ano de 2000 vai para a A.S.E.M.A., no Museu Nacional de Arte de Maputo. Chega a Portugal em 2002, onde desenvolve, com outros artistas, um intercâmbio de sensibilidades artísticas. Fez diversas formações: em 2002, Desenho assistido por computador CAD; em 2003, Cooperativa dos gravadores portugueses Gravura, Xilogravura, Litogravura; em 2006, Escola Profissional de Arte Ofício Tradicional da Batalha, Mosteiro da Batalha e em 2009 Gestão, Gerir Projetos em Parceria, na Universidade Católica Portuguesa (UCP). Em 2003 assume a responsabilidade da Escola de Escultura da A.L.D.C.I. – Portugal, integrada na Escola da multiculturalidade. Está representado em coleções públicas, no Museu Nacional de Arte Maputo, ISARC (Maputo), Ordina (Andorra) e Chang Chun (China), Consulado Geral de Moçambique (Lisboa), Long Beach Califórnia (EUA), Hospital Garcia d’Orta (Almada) e Parque dos Poetas (Oeiras).
Ismael Sequeira nasceu em São Tomé e Príncipe em 1969. Formou-se em Pintura e Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Também frequentou o Mestrado em Museologia na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Fez a sua primeira aparição pública em 1979, tendo começado a expor coletivamente com alguma regularidade desde 1986. Em 2016 participou no ciclo de exposições “Pontes de Encontro” na Galeria Comendador Ho Yin, no Clube Militar de Macau. Em 2017 integra os “Artistas Unidos Contra a Fome na CPLP”, na Galeria da UCCLA, em Lisboa. Em 2018, no Centro de Exposições de Odivelas, expõe coletivamente com um grupo de artistas portugueses no projeto expositivo “Vertex”. Em 2019 participou na coletiva “Energias”, na galeria da Quinta dos Zagalos, em Almada. Em 2020 integrou a exposição coletiva “Silêncio no Lugar Presente”, na Galeria Municipal, Museu de Sintra, e a exposição “Reenconto”, no Centro Cultural Lívio de Morais, em Sintra. É membro fundador e coordenador de projetos artísticos e culturais da Plataforma Cafuka.
José Chambel, nascido em São Tomé e Príncipe, vive e trabalha em Portugal. Estudou fotografia no Instituto Português de Fotografia. O seu trabalho fotográfico inscreve-se numa linguagem de carácter documental, desenvolvendo projetos onde explora a luz através do preto e branco, com temas centrados na preservação do património cultural, material e imaterial, em Portugal, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. De entre os vários projetos que José Chambel levou a cabo destacam-se “Arqueologia Industrial” (Portugal), “Tchilóli” (São Tomé e Príncipe), “Tabanka” (Cabo Verde) e “Capital” (Ilha do Príncipe). A sua obra está representada em várias coleções públicas e privadas, tais como a coleção do Centro Português de Fotografia, a coleção do Centro Cultural de São João da Madeira, a Fundação Ormeo Junqueira Botelho, Fundação PLMJ e a Coleção Lusofonias da Perve Galeria.
Litos Silva, nasceu em São Tomé e Príncipe a 9 de Maio de 1972. Vive e trabalha em Portugal desde 1998. Realizou algumas exposições individuais, de onde se destacam: Exposição de pintura no Centro Cultural Russo (São Tomé, 1990); pintura e caricatura “Os Lusíadas”, galeria do Centro Comercial (Alcântara, 1993); exposição de pintura no Grande Auditório da Universidade de Faro (Algarve, 1999; exposição de pintura na Casa da Cultura da Calheta (Ilha da Madeira 1998); exposição de pintura na “La Galeria DG EuropeAid” Comissão Europeia, (Bruxelas, 2013). Participou igualmente em inúmeras exposições coletivas de onde se destacam: exposição de pintura “Dia da África” (Liceu Nacional, São Tomé e Príncipe, 1985); Bienal de Arte Contemporânea Bantu (Libreville – Gabão, 1991); Palácio de Cristal (Porto, 1993); I Bienal de Artes Plásticas Centro Internacional de Arte e Cultura “CIAC” (São Tomé e Príncipe, 1996); Expo ‘98, Pavilhão de STP (Lisboa, 1998); exposição de Pintura na Academia de Artes da Universidade dos Açores (1999); URB-11 Arte Urbana (Odivelas, 1999); exposição “A Imigração passou por nós” no Museu do Vinho (Coimbra, 2019). Venceu vários prémios: 1º prémio no concurso de desenho e cartaz “Preservação das espécies animais”, Centro Cultural Português em São Tomé e Príncipe (1988); Prémio de literatura “Camões” atribuído pela UCCLA; Menção honrosa IV Bienal de Arte Contemporânea CICIBA (1991, Libreville – Gabão); Prémio Revelação (Promoção) na V Bienal de Arte Contemporânea CICIBA (1994, Brazaville – Congo). Está referenciado em vários guias de arte contemporânea, dicionários de arte africana (edições francesa/alemã). O seu trabalho encontra-se representado em vários países, tais como: São Tomé e Príncipe, Portugal, Bélgica, França, Canadá, Angola, Gabão, Argélia e E.U.A. É membro fundador da Plataforma Cafuka.
Manuel Xavier, nasceu em São Tomé e Príncipe em 1947. Concluiu o Curso Complementar de Pintura em 1976 pela Escola Superior de Belas Artes do Porto. Foi bolseiro de São Tomé e Príncipe em 1971/76. Ilustrou livros didáticos para Angola em 1973. Foi professor do 5º Grupo do Ensino Básico no período compreendido entre 1968 e 2008. Está representado em várias coleções particulares em Portugal e no estrangeiro, nas Câmaras Municipais de Vila Nova de Famalicão, de Aveiro e de Vila Nova de Gaia, Fundação Eng.º António de Almeida, Grupo BCP, Grupo Totta, Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física do Porto e Hotel Ipanema Park – Porto. Expõe individualmente desde 1985, tendo realizado até ao presente onze exposições de pintura e cerâmica em galerias comerciais, espaços municipais e outros. Expôs em grupo com outro artista pintor duas vezes e participou em mais de cem exposições coletivas, bienais de pintura, escultura e de gravura. Está referenciado em vários artigos na imprensa portuguesa. Obra Pública: Painel Artístico em Ferro e Cerâmica. 3m×95, no Novo Mercado Municipal de Tavira (2002).
Nuno Prazeres, de nome próprio Hernâne dos Prazeres Ferreira, nasceu em São Tomé e Príncipe, no distrito de Lobada. Pintor e artista plástico residente em Cabo Verde, na cidade da Praia, é conhecido pelo seu estilo alegre e colorido. É um artista intervencionista contemporâneo que, através de vários estilos, vem consolidando um estilo próprio, tendo já participado desde a 2ª até a 7ª Bienal Internacional de Artes em São Tomé e Príncipe. Em Cabo Verde, o artista fez a sua primeira mostra individual na Livraria “Nhô Eugénio” (2017). Recentemente apresentou no Palácio da Cultura Ildo Lobo a exposição intitulada “Interculturalidade Contemporânea” (2018), “Estratos da Sociedade Contemporânea“, no Centro Cultural Português da Praia (2018). Participou nas seguintes exposições coletivas: XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP (2018) na Ilha do Sal, Ministério das Finanças; “Reunião do Grupo de Apoio Orçamental” (2018), na Assembleia Nacional, enquadrado nas comemorações do dia 13 de janeiro, Dia da Liberdade e da Democracia, na Universidade Jean Paiget; “Jovens Talentos”, no Hotel Hilton – Sal no âmbito da Cabo Verde Investement Fórum; “Dia da Cultura e das Comunidades” no Palácio da Cultura Ildo Lobo; “Energias“ na Câmara Municipal de Almada, a convite da “Cafuka” Associação de Artistas São Tomé e Príncipe em Portugal, em Solar Zagalos – Almada (2019); e na exposição individual promovida pela África Business Center, no workshop de oficinas de produção e divulgação de conhecimentos científicos na Cidade da Praia (2020).
Olavo Amado, nasceu em São Tomé em 1979. Da escola do extinto Espaço Teia D’Arte, fundada por João Carlos Silva, frequentou diversas oficinas de pintura e desenho entre 2002 e 2004. Fez residências artísticas em Paris (2010), Amsterdão (2011), Nova Iorque (2015) e Lisboa (2018). Em 2007 foi Bolseiro do Governo Francês para a formação em “Financiment et Economie de la Culture”, pela Université Paris – Dauphine, França; em 2008 e 2011 foi Secretário Executivo da V e VI Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe; em 2012 foi convidado para diretor das exposições nacionais e internacionais da CACAU. Nesse ano, comissariou a exposição internacional de arte santomense, “STP MOSTRA”, na galeria ARTVISIE em Amsterdão, Holanda. Desde 2004 que participa nas Bienais de Arte de São Tomé e Príncipe, destacando a III, IV, V, VI e a VII edições. Integrou, em 2012, a exposição que decorreu no Museu da Cidade de Lisboa, no âmbito da VII Bienal de São Tomé e Príncipe. Participou em 2016 e 2018 na Bienal de Caracas, na Venezuela. Expõe a solo desde 2007, destacando-se a primeira, nesse mesmo ano, “Eu Estou aqui” na Galeria Teia D’Arte; em 2010 fez a “yes why not”, também na Galeria Teia D’Arte, SãoTomé; em 2011, “Het Leven als Labyrint”, na Galerie 23, Amsterdão; em 2013, Site-Specific Art – Instalação Pública “(re)Vestir Monumentos” – Museu Nacional, 7ª Bienal de S. Tomé e Príncipe. Vive e trabalha em São Tomé.
Osvaldo Reis, nasceu em São Tomé e Príncipe em 1968. Desde há muito, graças à sua vontade, persistência e estilo característico, tornou-se uma referência das artes plásticas de São Tomé e Príncipe, sendo atualmente um artista de destaque na pintura santomense. As suas obras retratam o quotidiano de São Tomé, observado da sua casa de Santana, qual ninho de falcão tão característico das ilhas. Tem exposto individual e coletivamente com regularidade em São Tomé e Príncipe desde 1998, e em Lisboa, desde 2005. A sua mais recente exposição individual marcou presença no projeto “Nimba Art Gallery”, na Fábrica Braço da Prata, em Lisboa. Em outubro de 2018 e em 2019 participou na VII Bienal de Arte e Culturas Lusófonas em Odivelas e na coletiva “Energias”, na galeria da Quinta dos Zagalos em Almada.
René Tavares, inspira-se numa herança renascentista reinventada pelo povo de São Tomé e Príncipe, que se tornou em tempos um símbolo de resistência face à anterior dominação colonial portuguesa, o Tchiloli. René Tavares traduz em traços, linhas e manchas uma síntese pessoal da sua própria identidade, sempre em processo (“inacabado”), posicionando-se em constante movimento entre referências passadas e presentes. Interessa-lhe aprofundar a permeabilidade das fronteiras entre histórias, linguagens e técnicas e partilhar esse percurso exploratório. É um artista que reflete nos seus trabalhos a sua própria experiência de deslocação contemporânea entre as mais diversas zonas de contacto pós-coloniais. Formado pela Escola de Belas Artes de Dakar, no Senegal, participou paralelamente em diversos workshops em São Tomé, no espaço Teia d’Arte. Em 2004, integrou o curso de pintura, desenho e instalação, orientado pela artista Maria Magdalena Campos durante a bienal de Dak’art. Já expôs em São Tomé, Lisboa, Évora, Paris, Bordéus, Bruxelas, Amsterdão, Luanda e Porto, entre outras cidades. Mais recentemente, participou na exposição coletiva “Africa now”, em Washington, organizada pelo Banco Mundial. Participou em 2008 na V Bienal Internacional de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe. Ganhou em 2008/09 uma bolsa na École de Beaux Arts de Rennes (França) para desenvolver as suas pesquisas plásticas em Rennes (França) e integrou, paralelamente, o curso de fotografia do projeto ARC/Rennes. Em 2011 integrou a VI Bienal Internacional de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe. Frequentou o Mestrado em Ciências de Arte e do Património na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Vive e trabalha entre Lisboa e São Tomé.
Valdemar Dória, nasceu em São Tomé em 1974. Formou-se em Pré-Impressão, pela Escola Profissional Val do Rio em Oeiras e frequentou o curso de Design Gráfico na Universidade Lusófona. Desde 1994, expõe com regularidade, tendo em 2002, 2011 e 2012 participado na Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe; em 2013 na Galeria Quadras Soltas, no Porto e na Casa Internacional de São Tomé e Príncipe, em Lisboa; em 2013 e 2014 participou na “África Mostra-se”, ISPA “Objectos Cotidianos” (ind.) – Alliance Française São Tomé e Príncipe; Galeria Mário Casimiro (ind.), ISPA – Instituto Universitário, Lisboa. Está representado na Coleção LusoPhonies da Galeria Perve 2020. “Arte Transfronteiriça” é o seu último projeto expositivo exibido no El Concepto Ayamonte, Espanha. É membro fundador da Plataforma Cafuka.
Zemé, José Manuel Mendonça Gracias nasceu em São Tomé e Príncipe em 1964. Em 2018 realizou o monumento em homenagem ao Rei Amador, na praça do mesmo nome na cidade de São Tomé. Em 2019 executou o conjunto escultórico “Lá na Água Grande”, inspirado no poema da poetisa Alda do Espírito Santo e homenageia a autora no Parque dos Poetas, em Sintra. Em 2020 integrou a exposição coletiva “Silêncio no Lugar Presente”, na Galeria Municipal, Museu de Sintra. É membro fundador da APPLAS – Associação de Artistas Plásticos Santomenses e da UNEAS – União dos Escritores e Artistas Santomenses. Atualmente vive e trabalha em Portugal.