Margem

MARGEM

Victor Hugo Pontes

Margem tem como inspiração o romance de 1937 de Jorge Amado, “Capitães de Areia”, que retrata um grupo de crianças e adolescentes abandonados que vivem nas ruas de São Salvador da Baía, roubando para comer, e dormindo num trapiche – um armazém onde, como uma espécie de família, se protegem uns aos outros e sobrevivem a um dia de cada vez. 80 anos depois da publicação do livro, quisemos questionar quem são os novos capitães de areia, inspirando-nos na realidade social destas crianças, e conscientes de que nem sempre há finais felizes. Quem são estas pessoas que são colocadas à margem, e quando é que essa marginalização começa? Na casa de partida da vida, temos todos as mesmas hipóteses ou alguns partem para a luta já em défice? Há formas de quebrar isso? Quais? A sério? De certeza? Será realmente admirável o mundo novo que conseguimos construir com todos os nossos ideais de igualdade para todos? Numa ideia de teatro documental, e em colaboração com Joana Craveiro, este projeto é alicerçado num trabalho junto de jovens que foram privados do ensino, da alimentação, de carinho, de um pai, de uma mãe, jovens que cometeram crimes, jovens que partiram em défice ou que se viram em défice por razões que muitas vezes lhes são alheias. Jovens e crianças que, não obstante, continuam a lutar pela sua liberdade, e, nalguns casos, para inverter o tabuleiro do jogo – o tal onde, lado a lado, na casa de partida, já éramos diferentes uns dos outros, como uma fatalidade.

Direção  VICTOR HUGO PONTES  
Texto  JOANA CRAVEIRO
Cenografia  F. RIBEIRO
Música  MARCO CASTRO e IGOR DOMINGUES (Throes + The Shine) 
Direção técnica e desenho de luz  WILMA MOUTINHO
Consultoria artística  MADALENA ALFAIA
Interpretação  ALEXANDRE TAVARES, DAVID S. COSTA, INÊS AZEDO, IVO SANTOS, JOÃO NUNES MONTEIRO, JOSÉ SANTOS, MAGNUM SOARES, MARCO OLIVAL, MARCO TAVARES, RAFAEL BELINHA, SEBASTIÃO QUINTELA, TIAGO FERREIRA
Direção de Produção  JOANA VENTURA
Produção Executiva  MARIANA LOURENÇO
Interpretação em Língua Gestual Portuguesa LILI GRILO
Parcerias  CENTRO DE EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PINA MANIQUE – CASA PIA DE LISBOA E INSTITUTO PROFISSIONAL DO TERÇO
Apoio à Residência  CENTRO CULTURAL VILA FLOR
Coprodução  NOME PRÓPRIO, CENTRO CULTURAL DE BELÉM – FÁBRICA DAS ARTES e TEATRO AVEIRENSE 
Créditos fotográficos  JOSÉ CALDEIRA, BRUNO SIMÃO e JOANA MAGALHÃES
Estrutura residente no TEATRO DO CAMPO ALEGRE, NO ÂMBITO DO PROGRAMA TEATRO EM CAMPO ABERTO
Apoio REPÚBLICA PORTUGUESA – MINISTÉRIO DA CULTURA / DIREÇÃO-GERAL DAS ARTES

Victor Hugo Pontes (Guimarães, 1978) é licenciado em Artes Plásticas – Pintura (FBAUP). Frequentou a Norwich School of Art & Design, em Inglaterra. Concluiu os cursos profissionais de Teatro do Balleteatro Escola Profissional e do Teatro Universitário do Porto, bem como o curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do Fórum Dança. Fez o curso de Encenação de Teatro na Fundação Calouste Gulbenkian, dirigido pela companhia inglesa Third Angel, e o curso do Projet Thierry Salmon – La Nouvelle École des Maîtres, dirigido por Pippo Delbono, na Bélgica e em Itália. Como criador, a sua carreira inicia-se em 2OO3, com “Puzzle”. Desde então, vem consolidando a sua marca coreográfica, tendo apresentado o seu trabalho por todo o país e internacionalmente. Mais recentemente, as peças “A Ballet Story” (2O12) e “Margem” (2O18) foram distinguidas, respetivamente, como Espetáculo de Dança do Ano (Público e Expresso) e Melhor Coreografia (Prémios SPA). Integrou o programa DanceWeb 2O17, do Festival ImPulsTanz (Viena), como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Victor Hugo Pontes é, desde 2OO9, o diretor artístico da Nome Próprio – Associação Cultural.

A Nome Próprio é uma estrutura dedicada à produção e promoção de projetos artísticos, sobretudo de dança contemporânea e teatro. Fundada em 2OOO, por Victor Hugo Pontes, coreógrafo e encenador, que assegura a direção artística, as suas atividades intensificaram-se a partir de 2O1O. Tem desenvolvido projetos com inúmeros artistas e instituições, apresentados em todo o país, e também internacionalmente: Fundação Calouste Gulbenkian, Centro Cultural de Belém, Teatro Nacional São João, Teatro Municipal do Porto, Centro Cultural Vila Flor, Maria Matos Teatro Municipal, Teatro Municipal São Luiz, Festival Panorama (Brasil), Festival de Dance de Cannes (França), Théâtre de Liège (Bélgica), Brandhaarden Festival (Países Baixos) e Chantiers d’Europe (França), entre outros. Desde a sua fundação, produziu espetáculos como “Fuga Sem Fim”, “A Ballet Story” (Melhor Espetáculo de Dança do Ano 2O12, Público e Expresso), “Zoo”, “Fall”, “Coppia”, “Orlando”, “Se Alguma Vez Precisares da Minha Vida, Vem e Toma-a”, “Uníssono – Composição para cinco bailarinos”, “Nocturno”, “Margem” (Prémio Melhor Coreografia SPA, 2O18), “Drama” (2O19) e Os Três irmãos (2O2O). Para além da circulação de alguns destes projetos, a Nome Próprio tem em curso novas criações, com estreia em 2O21. A Nome Próprio tem o apoio da República Portuguesa – Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes e é uma estrutura residente no Teatro Campo Alegre, no âmbito do programa Teatro em Campo Aberto.

©Fotografia JOSÉ CALDEIRA

DANÇA

2O22 | JUN 25 e 26*

SÁB – 2OH3O
DOM – 16H3O

AUDITÓRIO

13€ [DESCONTOS APLICÁVEIS] 

8O MINUTOS

M/12

*No dia 26 haverá sessão com Língua Gestual Portuguesa. A marcação de lugares deve ser realizada diretamente com a bilheteira do Centro Cultural da Malaposta, através dos seguintes contactos: ccmalaposta@gmail.com ou 21247824O

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